No Norte as grandes igrejas não ficam nas covas como a de Leiria.
No Norte os Grandes santuários moram nos cumes dos montes. Olham para baixo orando por nós ora com tristeza ora com alegria.
Dizem que as igrejas do Norte estão nos montes para estarem mais perto de Deus...
Na verdade, os locais sagrados como o Sameiro, a Penha ou a Santa Luzia eram lugares de romaria muito anteriores à época cristã.
Os antigos castros, esculpidos em granito nas crestas eram locais de defesa, habitação, recolha e, consequentemente, de devoção.
Pela época de domínio romano mantiveram-se os hábitos de subir ás serras para prestar homenagem as divindades. Na realidade, o cristianismo pouco penetrava nesta densa teia de firme religiosidade pagã.
Soluções para converter estes "bárbaros" Galaicos?
Deixá-los ir rezar para os castros mas construir igrejas nos lugares onde davam asas à devoção. Em poucas gerações os cumes da Gallaecia converteram-se.
Com o avançar dos séculos as cidades Galaicas fortificadas foram sendo destruídas mas os locais de culto permaneceram.
Entrando na idade média e na nossa era, levantaram-se os característicos santuários de montanha onde a fervorosa dedicação religiosa prossegue incondicional como sempre o foi.
Seja qual a divindade, a tradição ou o motivo, as história do Norte lê-se através do tempo. Podemos segui-la através dos indícios dissimulados mesmo por baixo dos nossos narizes.
A prova são as mezinhas classificadas por Roma como "demoníacas". Encontram-se nos montes à volta das antigas misteriosas ruínas castrejas. Ainda as há por aí. Eu sei, pois vejo-as de vez em quando...
Nem o tempo, nem as armas nem o próprio esquecimento destrói a devoção deste povo.
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