sábado, 13 de fevereiro de 2010

Namoros de pedra e a Pedra dos Namorados

É ponto assente. Aproxima-se o dia dos namorados. Nada melhor que estas zonas da gallaecia sul para se aconchegar de amores. Afinal o amor é uma pedra basilar na caracterização galaica.

O Coração é o símbolo máximo da nossa região, presente no ouro e artesanato em geral. Temos a Cantarinha dos Namorados em Guimarães e temos os incontornáveis Lenços do Namorados de Aboim da Nóbrega e de toda a região Minhota. O que mais existe são símbolos de aceitação ou rejeição dos namoros e noivados por estas bandas.

Mas alguém conhece ou ouviu falar na Veiga dos Namorados?

Pois… também não idealizem muito! Não se trata um local fantástico, todo cheio de “romantismo”… no entanto dá sempre para acampar!

Veiga dos Namorados é simplesmente o nome dado ao local onde foi encontrada a famosa Pedra dos Namorados da Ermida à uns séculos atrás.


Crê-se que a sua proveniência seja romana e encontra-se exposta no Núcleo Museológico da Ermida, em plena Serra Amarela. Este núcleo foi o primeiro museu a ser edificado dentro do Parque Nacional Peneda-Gerês. O mais estranho é que a freguesia da Ermida é singularmente pequena, pouco mais de 50 habitantes e rudemente meio isolada na serra.



Contudo para além deste achado arqueológico e do espólio etnográfico existe neste museu a Pedra Menir da Ermida, de tradição atlântica e com mais de 4000 anos! Daí a necessidade de se construir um museu in loco para salvaguarda destes achados.

A população ainda vive do pastoreio, onde usam o sistema de vezeira, ou seja uma pessoa na sua vez está encarregada de levar os animais a pastar para a serra. Não estou seguro se ainda predomina este sistema. Mas lembro-me quando ia para as famosas Lagoas da Ermida, à meia dúzia de anos atrás, que o sistema era assim. Aliás, enquanto que a família ia para a praia de Apúlia ou de Vila Praia de Âncora eu partia para aventura com os amigos para as lagoas da ermidas durante a época balnear.

Apesar de ser um local com modo de vida rude e isolado existe a alegria nestas gentes. Essa alegria e vontade de vencer são personificadas pelo conceituado Srº Carvalhal da Ermida. Um senhor invisual que é tocador exímio da concertina e é o dono do único estabelecimento comercial da aldeia.



Existe muito para contar e descobrir na Ermida. Mas lembrem-se:

"Quem faz amor na Ermida fica preso toda a Vida"

6 comentários:

O Galaico disse...

Amigo!

Que saudades tenho dos momentos de que não me recordo (...!) das nossas idas ás lagoas!

Ahaha...

E viva o Zé do Carvalhal, um dos últimos mestres da Cana Verde à moda antiga!

Maria disse...

"Quem faz amor na Ermida fica preso toda a Vida"

Provavelmente, isto estaria primitivamente associadao não com o local em si, mas com a Pedra dos Namorados ou, hipótese para a qual eu me inclino mais, com a Pedra Menir da Ermida.

É uma pena, mas desapareceram quase todas as cerimónias relacionadas com as pedras consagradas. Contudo, o culto das pedras está bem documentado, sabemos que era comum aqui na Galécia.

A Respigadeira disse...

Mas basta o nome e a lenda para ser romântico.


E por falar em pedra, alguém me pode explicar qual é o siginificado daqueles pequenos montes de pedras que podemos encontrar nas serras e que têm o nome de "mariola"? Sei que estão de algum modo ligadas aos pastores, mas não consigo encontrar uma explicação sobre o seu significado.

Obrigada pela atenção e continuação de um Bom trabalho.

O Galaico disse...

Clara, após confirmação, as Mariolas são de facto marcos que indicam o caminho aos pastores das altas serras pois, estas, frequentemente envoltas pelo nevoeiro, tornavam o regresso a casa muito perigoso.

Existem no entanto outras construções muito maiores e mais elaboradas que são como que guaritas onde os pastores se abrigavam.

Os rebanhos, estes, já vimos que se guardavam naquelas típicas construções de pedra que tão mal tem sido preservadas.

Cumprimentos

A Respigadeira disse...

Galaico, obrigada pela explicação.

Continuação de um Bom Trabalho.

Anónimo disse...

Caro Galaico

A propósito dos vossos Guerreiros Calaico-Lusitanos, talvez valha a pena olhá-los com outros olhos.
Quero com isto dizer, retirar-lhes os ´rótulos romanos, muito convenientes, mas falsos, e vêr bem os olhos do Guerreiro de Boticas.
É sem qualquer dúvida a representação de Um Morto. A postura, mas principalmente a expressão da face é a de uma pessoa morta.

Mas não é por isso que o comento.
É pelos óculos, ou viseira perfurada se preferir.
São iguais, aos das Múmias encontradas na Bacia do Rio Tarim, na Terra dos Yugures, ou Ligures.

São Múmias caucasianas, ruivas. O seu DNA é o Ancestral Europeu, cruzado já com o Siberiano.
Têm pelo menos 4 Mil Anos, e seguiam de barco pelo Rio Tarim, junto ao Deserto do Taklamakan, pelo trilho que foi chamado mais tarde: A Rota da Seda.
Algumas, estão sepultadas com óculos de Bronze, iguais aos dos nossos Guerreiros, que serão seguramente anteriores ás referidas Múmias.

Se nos recordarmos do facto, de que os Estudos Genográficos estabeleceram que os cerca de 5 Mil sobreviventes da última Glaciação, há cerca de 12500 anos, se refugiaram no Sul de Portugal, e daqui partiram mais tarde
por toda a Europa e Norte de África, até à Anatólia, tudo fica claro.

Não podemos é continuar a romanizar o nosso Passado, porque se o fizermos, nunca descobriremos a nossa verdadeira História.

Podem encontrar a Reportagem sobre as Múmias do Taklamakan, e os seus óculos de Bronze perfurados, a par do Guerreiro de Boticas igualmente de óculos, no Blogue Portugalliae Blogsopt.

Desculpem-me o longo discurso.
Mas hão-de existir, esquecidos nalguma cave bafienta de um Museu, óculos iguais ao da Estátua, que provém a ligação entre os nossos Guerreiros com mais de 4 Mil Anos, e as Múmias da Rota da Seda, sepultadas sob os Barcos, e assinaladas com os Remos da Família.

Pelo que os Vikings, não trouxeram nada para Portugal.
Nem a escrita!

Aprenderam tudo em Portugal, com os seus antepassados.

Melhores Cumprimentos

Maria da Fonte