Estava eu a vasculhar os jornais regionais e eis que me deparo com esta notícia “Nasce Centro de réplicas romanas”
Terras de Bouro prepara-se para ter o primeiro centro de produção de artigos romanos do país. Os primeiros produtos deverão estar à venda até ao final do ano.
A primeira coisa que me ocorreu foi (para não ser mal educado): p*t* que p*riu estes gajos e mais os romanos!
Já não chegava levar com os romanos por tudo e por nada e vêem agora estes fulanos rebentar com a nossa paciência!
Se fosse, somente, um ou outro concelho com estas predisposições para a estirpe romana não havia mal, agora o problema é que é cada vez mais do mesmo!
Não consigo perceber… Como é que se pode idolatrar, cada vez mais, um povo invasor, e ostracizar, por exemplo o nosso rico, grandioso e diversificado legado castrejo.
Simplesmente não há direito!
A meu ver a prioridade é o património castrejo, pelo facto de ser o que mais riscos apresenta e o menos “presente”… e depois sim salvaguardemos o restante património capaz de enriquecer a herança cultural galaica num todo multifacetado!
Será que a nata de pensadores e decisores do norte de Portugal ainda pensam que os povos castrejos eram simplesmente bárbaros, desprovidos de qualquer conhecimento, sem capacidade criativa e por isso inferiores aos romanos e sem interesse?
Bom…meus amigos preparem-se para uma massificação de “reconstituições romanas” assim como aconteceu com as feiras medievais por todo o país!
Terras de Bouro prepara-se para ter o primeiro centro de produção de artigos romanos do país. Os primeiros produtos deverão estar à venda até ao final do ano.
A primeira coisa que me ocorreu foi (para não ser mal educado): p*t* que p*riu estes gajos e mais os romanos!
Já não chegava levar com os romanos por tudo e por nada e vêem agora estes fulanos rebentar com a nossa paciência!
Se fosse, somente, um ou outro concelho com estas predisposições para a estirpe romana não havia mal, agora o problema é que é cada vez mais do mesmo!
Não consigo perceber… Como é que se pode idolatrar, cada vez mais, um povo invasor, e ostracizar, por exemplo o nosso rico, grandioso e diversificado legado castrejo.
Simplesmente não há direito!
A meu ver a prioridade é o património castrejo, pelo facto de ser o que mais riscos apresenta e o menos “presente”… e depois sim salvaguardemos o restante património capaz de enriquecer a herança cultural galaica num todo multifacetado!
Será que a nata de pensadores e decisores do norte de Portugal ainda pensam que os povos castrejos eram simplesmente bárbaros, desprovidos de qualquer conhecimento, sem capacidade criativa e por isso inferiores aos romanos e sem interesse?
Bom…meus amigos preparem-se para uma massificação de “reconstituições romanas” assim como aconteceu com as feiras medievais por todo o país!
É um bocado fatalista mas é o que eu prevejo para a próxima década!
Já não chegava as dezenas de gerações anteriores que cresceram a pensar que os nossos antepassados directos e os mais antigos da nossa região foram os romanos!
Sem ter um conhecimento aprofundado na matéria, pergunto-me porque é que não existem iniciativas nas escolas ou nas autarquias e associações culturais para a temática da Cultura Castreja junto das crianças, artistas, artesãos, criadores e público em geral?
Porque as iniciativas, por exemplo, de recriações castrejas em diversos castros que se realizaram até hoje são tudo menos castrejas, mas sim romanas!
Podia-se, por exemplo visitar, os castros, museus, sensibilizar para a simbologia galaica, o que representam, qual a sua força simbólica, qual os seu possível uso nos nossos dias… falar sobre lendas, tradições, estorias e lugarejos!
Ensinar a fazer um triskel, uma suástica um “saoserimão”e coisas do género. Seriam ideias, na minha opinião, muito enriquecedoras para as nossas gentes.
Era uma boa forma de perceberem o quão valioso é ter como ascendente o antigo povo Galaico e seria uma boa forma de manter essa cultura viva!
Lembro-me que aos 10 anos a minha primeira obra em trabalhos manuais foi um pequeno castro com pedras e colmo (que ainda deve existir lá numa qualquer prateleira da escola primária de Aboim da Nóbrega)!
Isso aconteceu porque tive a sorte de os meus pais e professores terem sido suficientemente sensatos em falar-me dos castros dando a referência de que “eram umas casas redondas muito engraçadas onde viveram os antigos”!
Assim de repente veio-me á memoria alguns concelhos digamos de “menor dimensão”, como o caso de Terras de Bouro, que se vêem libertando deste redemoinho romano.
Já não chegava as dezenas de gerações anteriores que cresceram a pensar que os nossos antepassados directos e os mais antigos da nossa região foram os romanos!
Sem ter um conhecimento aprofundado na matéria, pergunto-me porque é que não existem iniciativas nas escolas ou nas autarquias e associações culturais para a temática da Cultura Castreja junto das crianças, artistas, artesãos, criadores e público em geral?
Porque as iniciativas, por exemplo, de recriações castrejas em diversos castros que se realizaram até hoje são tudo menos castrejas, mas sim romanas!
Podia-se, por exemplo visitar, os castros, museus, sensibilizar para a simbologia galaica, o que representam, qual a sua força simbólica, qual os seu possível uso nos nossos dias… falar sobre lendas, tradições, estorias e lugarejos!
Ensinar a fazer um triskel, uma suástica um “saoserimão”e coisas do género. Seriam ideias, na minha opinião, muito enriquecedoras para as nossas gentes.
Era uma boa forma de perceberem o quão valioso é ter como ascendente o antigo povo Galaico e seria uma boa forma de manter essa cultura viva!
Lembro-me que aos 10 anos a minha primeira obra em trabalhos manuais foi um pequeno castro com pedras e colmo (que ainda deve existir lá numa qualquer prateleira da escola primária de Aboim da Nóbrega)!
Isso aconteceu porque tive a sorte de os meus pais e professores terem sido suficientemente sensatos em falar-me dos castros dando a referência de que “eram umas casas redondas muito engraçadas onde viveram os antigos”!
Assim de repente veio-me á memoria alguns concelhos digamos de “menor dimensão”, como o caso de Terras de Bouro, que se vêem libertando deste redemoinho romano.
Falo-vos, por exemplo, de Ponte da Barca, este pequeno concelho tem-se vindo a demarcar na defesa do seu legado celta-castrejo através das várias incitativas de sucesso: congresso celta, festival celta, iniciativas etnográficas, nomeadamente, o famoso “enterro do pai velho”.
Outro exemplo é sem dúvida o concelho de Boticas com os seus “colóquios internacionais de guerreiros castrejos”….
Ainda há esperança!
4 comentários:
A descoberta da cultura castreja foi muito através do meus pais, porque na escola só falavam acerca dos romanos. Depois, tive a necessidade de descobrir mais sobre esta cultura e li muitos livros (alguns fiáveis, outros nem tanto), a grande maioria do país vizinho.
Mas a verdade é que há pouco interesse sobre a cultura castreja. Muitas pessoas afirmam que são simples montes de pedras (nem imaginas como estas afirmações me chocam). Mas não é só sobre os castros, mas também por todos os monumentos que simbolizam a nossa cultura. De quem é a culpa? Não sei. Talvez das entidades que regulam o Ensino, mas também cabe a cada um procurar de livre vontade o conhecimento sobre os factos que compõem a nossa identidade cultural.
Beijinhos
Acho que os 30 anos de atraso que Portugal tem em relação ao resto da Europa são cruciais neste aspecto.
A Sociedade em geral não tem simplesmente a capacidade de reconhecer o que é valioso para eles.
Para tudo é preciso inteligência.
Obviamente, um sistema educacional sediado em Lisboa é fortemente culpado pois como não se identificam com a cultura Castreja julgam que essa mesma não é relevante para os Portugueses...
Porém: Aqui Nasceu portugal. E se alguma raiz quiserem os escolher por entre esta amalgama de influencias étnicas ancestrais, teríamos de eleger a Castreja.
Os fundadores e repovoadores de Portugal descendem em grande parte dela...
o proprio nacionalismo português está fundado em falsas verdades!
o povo lusitano como nossos gloriosos ancestrais...
e aqui confeso que lhes reconheço todo o mérito. mas não pode ficar com toda a glória!
contudo existe aqui uma pequeno detalhe que vos quero dizer.
quando da minha visita ao Museu Nacional de Arquelogia em Belem, ia com a ideia que todo o legado castrejo que por lá existe iria estar catalogado como legado lusitano.. como alias encontrei no museu da Cultura Castreja em Guimarães... para explicar melhor, estava exposto, por exemplo, uma réplica de um guerreiro Galaico com o letreiro "guerreiro lusitano"!
no caso do museu de arquelogia nacional, e para meu espanto, não vi referência nenhuma ao povo lusitano em nenhum dos achados arqueologico pré-romanos de maior relevancia, a sua maioria estavam cataologados como Galaicos!
daqui podem desde já verificar a importância que o povo galaico manifestamente tem como ascendentes do povo Portugues!
lusitanismo existe fortemente na literatura, mas arqueologicamente somos grandemente galaicos!
essa é a minha opinião
É o que já estamos habituados. A historiografia portuguesa impinge-nos descaradamente os romanos e os árabes, mais os lusitanos a nível étnico. Em relação aos árabes é vergonhoso aquilo que nos fazem querer que eles nos deixaram, quando por exemplo, aqui mais a norte, a sua presença foi mínima e temos muitos mais termos celtas ou germânicos tanto na fala como na toponímia do que árabes.
Lembro um primo da minha mãe, pouco mais velho que eu que uma vez disse que se sentia um romano. É de Vila Marim, nos arredores de Vila Real. O pobo pensa que somos romanos ou árabes. Cabe a nós, mesmo correndo o risco de fazer figura de ursos ou de marcianos, dizer que não, que não somos.
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