quinta-feira, 4 de março de 2010

Afirmação de Identidade Galaica!

O Professor Alexandre Alves Costa afirma na televisão pública, sem qualquer problema nem depreciação, a distinção regional - Étnica entre Gallaecia e o "resto".

12 comentários:

Sak disse...

Infelizmente é uma ilha num oceano de nacionalismo português.

O Galaico disse...

O bem das ilhas é que dão níveis de esperanças proporcionalmente inversos á sua dimensão...

Bocanegra disse...

A forma como este Senhor justifica a suposta realidade de Portugal ser uma Nação inconsistente é de tão ridícula e aparvalhada que poria os nacionalistas Lisboetas a rir! Se os houvesse!
País de mandriões, que lêem umas coisas e se julgam uns refinados intelectuais! Ah pois! já dizia o Orlando Ribeiro, O Mattoso e até vejam lá o supremo orgasmo, a Agustina! É tão estúpido que nem dá vontade de rir.

O Galaico disse...

Curiosamente, Sr. Bocanegra, a opinião deste senhor é partilhada por todos os etnógrafos e antropólogos dignos desse nome.

Se tivesse ouvido sem predisposições negativas o que ele diz veria que não existe ponta de maldade no que ele diz mas apenas evidências que de tão flagrantes fazem me fazem rir quando alguém ousa duvidar delas.

Almeida Garett, tal como foi citado, já tinha observado isso no seu tempo.

Finalmente fique com um pequeno excerto do livro Minho Traços de identidade que lhe irá mostrar que a unidade nacional é fabrico de lisboa pois, no coração dos Portugueses, cada um pertençe à sua terra.

Não confunda PÁTRIA com NAÇÃO. São conceitos completamente diferentes.

A minha pátria é Portugal e a minha nação é a Galaica.

Isso é a veracidade suprema da nossa identidade.

"Alberto Pimentel podia atestar, em 1905, sobre o camponês minhoto, “por regra analphabeto e sempre ignorante”, “começa por não saber o que é a Pátria (…) a sua pátria é a parochia, que se administra perfeitamente com dois homens apenas: o abbade e o regedor”. Sampaio Bruno, um ano depois testemunhou idêntica experiência: “Na verdade, o povo português (falo
particularmente da gente rural)não sente já a continuidade histórica e não possui hoje a mínima notícia da tradição da nacionalidade. Chega a encontrar-se exemplos da ignorância, até, da base geográfica, ainda que vaga, do país. Eu já conheci uma mulher, aliás esperta e videira, que não sabia que a nossa nação se chamava Portugal e supunha que se chamava a tudo Porto. Teve uma estreme,
imensa surpresa quando lhe fiz essa inverosímil revelação” (Bruno 1987: 100).

Thor disse...

"A forma como este Senhor justifica a suposta realidade de Portugal ser uma Nação inconsistente é de tão ridícula e aparvalhada que poria os nacionalistas Lisboetas a rir! Se os houvesse!"


ridicula e aparvalhada é a sua opinião.

e quem é que quer saber do que pensa os lisboetas? esses são mais que os outros?

Grove disse...

"a suposta realidade de Portugal ser uma Nação inconsistente é de tão ridícula e aparvalhada que poria os nacionalistas Lisboetas a rir!"

Pois é... Os lisboetas e madrilenos costumam rir-se destas verdades, mas é só para disfarçar a dor de cotovelo da sua lacuna identitária!

Afonso Henriques disse...

Vamos lá falar a sério. Eu gosto de Portugal. Gosto do Sul, do Centro e do Norte. Goste das gentes do Sul, do Centro e do Norte. Existe de facto uma "Portugalidade" diferenciada específica do Sul, do Centro e do Norte, assim como também das ilhas. Mas essa Portugalidade é apenas diferenciada devido ás várias "conjecturas" próprias das diferentes regiões. Porque também existe uma Portugalidade na qual Portugal se baseia inequívocamente e que é comum ao Norte, ao Centro, ao Sul, ás Ilhas... e parece-me também inclusive à Galiza, pelo menos se procurarmos bem na alma Galega, de certo encontraremos essa Portugalidade que insere a Galiza definitivamente no contexto do Ocidente Ibérico e não na Meseta. E também não no Norte Pirenaico ou Cantábrico cheio de ligações à Meseta Ibérica.

A meu ver, essa Portugalidade inequívoca em que Portugal se baseia é "mais pura" no Norte e no Centro de Portugal. Porque Portugal é ao fim e ao cabo construído a partir do Norte. Portugal é aquilo que as elites Nortenhas fizeram dele. E eu só tenho pena que aqui em Lisboa não tenhamos mais desse "Carácter Nórdico" - mas isso talvez é parte destes tempos degradados em que vivemos - que é vivido no Porto ou em Braga, fortíssimo em Aveiro, persistente em Braga e já sentido tão a Sul como em Leiria, Tomar ou Castelo Branco (e até Portalegre). Lisboa contruiu-se em grande medida em ligação ao Norte do país e esse divórcio que Lisboa tem recentemente criado entre si própria e o Norte/Centro do país não beneficia Portugal.

Dito isto, vocês perdem um bocado a razão quando começam a confundir divisões regionais com divisões Nacionais. Divisões étnicas de há 3000 anos atrás com sotaques, etc.
E, eu tenho muita pena que o movimento pela Galaécia se perca e seja relegado à insignificância devido à obtusidade dos seus apoiantes. Pior ainda é aqueles que não reconhecem Portugal como Nação e como consequência não reconhecem uma única Nação na Europa (talvez com a excepção de uma Irlanda ou uma Dinamarca).

E é pena que este comentário não seja admitido eventualmente pela moderação pois o meu objectivo era provocar pensamento e discussão.

Afonso Henriques disse...

"Infelizmente é uma ilha num oceano de nacionalismo português."

Infelizmente o quê? É uma infelicidade que a metade Sul da Península Ibérica não seja Marrocos?
É que eu não ouvi aquele senhor a expor um único argumento válido.

"O bem das ilhas é que dão níveis de esperanças proporcionalmente inversos á sua dimensão..."

E é devido a esta obtusidade clássica dos "Galaicos" e "Galaecistas" que esse movimento pela Galaécia nunca será algo mais que um movimento de franjas, sem qualquer relevo para a sociedade.
Não dá mesmo vontade de rir esta gente que baseia toda a sua acção na realidade em "wishfull thinking".

O Galaico disse...

Sr. "Afonso Henriques". A moderação das mensagens não funciona como o Sr. pensa. Ou seja, em primeiro lugar é preciso ler os e-mails com avisos de recepção de comments e, só depois, se aprova ou não. Hoje em dia, até as crianças sabem como isso funciona.

Além disso, apesar de o Sr. me ter insultado numa 3ª mensagem que, obviamente não publiquei, vou na mesma deixar as outras duas.

Acerca destas, deixe-me dizer o que digo a todos os pseudo conhecedores da cultura Galaica.

A Gallaecia é algo de muito mais antigo que o Portugal de hoje.

O Centro e Lisboa NUNCA SERÁ GALLAECIA porque as suas terras não o são.

Tem geografias diferentes, climas diferentes, e uma história diferente.

A Gallaecia ou seja, o Noroeste Ibérico, em um percurso evolutivo uno e exclusivo.

Uma mesma pré-História, uma mesma arte rupestre, mesmo megalitismo, mesma cultura castreja, gestão Romana integrada na mesma divisão e foi o primeiro reino medieval da Europa sob o domínio dos Suevos.

Isso faz da Gallaecia ser real. É real pois toda esta cultura salta aos olhos de quem a estuda. Difere do resto do país e aproxima-se da Galiza.

Eu compreendo os lisboetas como o sr. que não aceitam que outras pessoas tenham diferentes visões (nem que estejam correctas) sobre a unidade do país. Compreendo pois sem o Norte o resto não faz sentido. O Norte faria na mesma sem o resto.

A prova de que algo lhe incomoda é que não aceita as divisões étnicas de Portugal quando estas EXISTEM.

PORTUGAL NÃO NASCEU UNO NEM EXISTE COMO TAL DESDE O BIG BANG.

O pais foi repovoado e conquistado por Galegos em grande parte. Mas isso não faz das terras a sul do Douro terras Galaicas. Na verdade, existiam pessoas na antiga Lusitânia. Não tinham rumo e adoptaram a nossa língua mas não são Galaicas e tão pouco são as gerações que por ali nasceram.

Mais importante que o sangue é a cultura. Essa é que define quem somos e por isso, o centro e sul não o é nem será NUNCA galaico porque lhe falta a base histórica e física para tal.

Se assim fosse Paris seria Galaica...

O Sr. é um hipócrita de primeira classe pois começa um discurso "simpático" mas acaba por demonstrar por fim que é apenas mais um dos lisboetas do costume quem vem aparecendo por aqui e pelos fóruns galaicos de vez em quando.

E por fim, respondendo ao seu insulto, devo dizer que a sua incapacidade mental está bem patente na falta de inteligência e cultura comum.

O Sr. não passa de alguém convencido de que é intelectual mas que nunca abriu um dicionário da vida dele.

As palavras Nação e País podem ter significados diferentes.

Nação:

Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua. Casta, raça. Naturalidade, pátria.

Assim, dentro do país que foi inventado pela sociedade da época, existe uma nação que é a Galaica.

Só esta existe pois só estes mantém consciência dela. A Lusitânia não é verdadeira pois o seu território original não inclui quase nada de Portugal.

Eu sou Galaico e depois sou Português. Outros haverão Galaicos e Espanhóis.

Isso não faz ninguém se melhor que ninguém mas é um facto.

Um facto que o seu xenófobismo e pedantismo típico não permite entender.

Finalmente, deixe-me dizer que este blogue nunca promoveu separações de países porque tenho a consciência de que o país é fruto do génio Galego.

Muito do que Portugal é deve o á Gallaecia e a prova máxima é a língua que se fala.

Agora, o facto de que as pessoas tem direito de preservarem, apoiarem divulgarem uma parte da história como ela é, mesmo que não agrade a certas energúmenos, não é da nossa responsabilidade.

Viva a sua vida, estude e ganhe orgulho nas suas tradições e culturas, sejam elas quais forem e deixe de importunar quem gosta e conhece a sua terra.

Sou Galaico e sempre serei. O sr, seja o que quiser ou, melhor, o que puder.

O Galaico disse...

Para o sr. "Afonso Henriques" (sem dúvida uma pessoa corajosa para envergar o pseudónimo de um bastardo usurpador):

Lamento o tempo que levou a escrever os seus últimos comentários pois apaguei os directamente da minha caixa de e-mail sem sequer perder tempo para os ler.

Ja lhe disse que os da sua laia são conhecidos. Sei como pensam pelo que não sinto a necessidade de confirmar a sua opinião.

A realidade é só uma.

Só existem factos e, pelo que vi nas suas intervenções, o Sr. tão só não os conhece como repudia a realidade.

Tenha uma vida feliz.

Anónimo disse...

Caros, comentários muito interessantes, mas olhem:
Cá na Galiza os galegos são espécie em extinção porque o pequeno-império castelhano está dando cabo da nossa língua comum e impondo a sua.

Não acham ótimo passarem das palavras à política e botarem uma mão neste recanto da lusofonia (ou galeguia) antes de que só haja espanhóis muito semelhantes a falarem um castelhano estranho. Podíamos ter partidos políticos portugalegos, para começarmos.

Há Galiza é só o primeiro ponto, o actual terreno de batalha. Mas não será o último.

O Galaico disse...

Caro "Anónimo",

Nunca os Galegos desaparecerão tanto na margem norte como na sul do Minho.

Em Portugal, também o Norte sofreu a "lisboetização" da pronuncia e algumas palavras deixaram de se usar por serem consideradas coisas de labregos.

A Galiza vai muito a tempo de se salvar pois muita gente está interessada em preservar a memória.

Além disso, apesar da língua ser muito importante, muitos mais aspectos culturais definem o ser Galego.

A cultura e as tradições são inúmeras e mesmo inconscientemente as pessoas perpetuam os seus hábitos ancestrais.

No entanto, os esforços para a consciencialização das pessoas tem de ser correctamente encaminhados.

A maior parte das vezes as pessoas tomam o caminho errado do separatismo e da revolução. Isso não ajuda a nada.

O que importa fazer é mostrar que as nossas mais valias existem na nossa cultura específica e única e que esta não existe obrigatoriamente afastada de outras entidades mais abrangentes como os países modernos.

Podemos ser Galegos enquanto ser Portugueses e Espanhóis!