Bento da Cruz é mais um daqueles autores através dos quais se pode respirar a plenos pulmões os perfumes do passado.
A sua obra é um hino a uma cultura desaparecida. Uns tempos diferentes em que muitos aspectos da vida eram reflexos perfeitos de antigas e misteriosas civilizações.
Em muitos dos seus contos vê-se referência a Celtas e à vizinhança com os vizinhos Galegos.
A obra de Bento da Cruz, bem que apenas virada para o relato do que era a região Barrosã há mais de 70 anos, acaba por dirigir-se para uma inevitável constatação de pertença cultural ancestral.
Tal como outros da mesma valiosa e raríssima estirpe (como Camilo, Torga etc), por falar do que vê, do que sente e do que sabe, as menções ocasionais a temas que nos dizem respeito aparecem:
Será fácil rir-se às gargalhadas com este grande contador de histórias. Facilmente nos imaginamos numa daquelas aldeias que, há bem pouco tempo "ainda floresciam de vida".
Deliciar-se com o humor ingénuo dos nossos antepassados, através da voz genuína de Bento da Cruz é não só relembrar (ou descobrir) o modo de vida dos nossos avós como, também, uma lição profunda de etnografia contada por uma pessoa que, de facto, recolheu e viveu aspectos de uma era aniquilada pelo "progresso".
Deliciar-se com o humor ingénuo dos nossos antepassados, através da voz genuína de Bento da Cruz é não só relembrar (ou descobrir) o modo de vida dos nossos avós como, também, uma lição profunda de etnografia contada por uma pessoa que, de facto, recolheu e viveu aspectos de uma era aniquilada pelo "progresso".
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