quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Ara de Aboim da Nóbrega!


A equipa de Ogalaico tem como objectivo não só escrever sobre o presente, passado e futuro das terras Galaicas como também de participar o mais possível na preservação do nosso património seja ele material ou imaterial.

Assim, "Elaneobrigo" durante as suas recolhas e estudos sobre o passado da sua região deparou-se com um popular que guardava com ele uma provável Ara Votiva. Estava a ser usada como ancora ao cão de guarda da casa e ia ser utilizada mais tarde como pilar para qualquer outra estrutura da sua habitação.

E frequente os populares encontrarem e pilharem sem preocupação nem sensibilidade os vestígios arqueológicos das suas terras. Sítios que muitas vezes não estão sequer referenciados pelas autoridades (im)competentes.

Neste caso, porém, a pessoa em causa teve discernimento que chegue para a armazenar e perceber que era algo de especial e não um mero calhau útil para servir de degrau ou para atirar às fundações de qualquer construção.

Eleaneobrigo convenceu esta pessoa a entregar-lhe a Ara para que esta pudesse ser estudada e protegida devidamente.

Por certo a Divindade a que a Ara foi dedicada estará eternamente com Eleanobrigo por este seu acto!

Para saber mais acerca das Aras Votivas Galaicas e ver alguns exemplares já interpretados:

http://www.csarmento.uminho.pt/nephl_3122.asp


Quando obtivermos notícias sobre a interpretação da Ara comunicaremos a todos os visitantes de Ogalaico.

8 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pela descoberta!

Sou de Aboim da Nóbrega e não conhecia esse artefacto histórico.

Em que lugar da freguesia se encontra a Ara?

Continuação de boas descobertas.

Manu.

O Galaico disse...

Olá Manu.

A Ara encontra-se neste momento em Braga onde está a ser analisada pelo departamento de arqueologia da câmara municipal.

Elaneobrigo (pseudónimo) que é de Aboim é que a encontrou na casa de um familiar que não sabia muito bem o que fazer com aquilo.

Felizmente nós sabíamos exactamente o que esta peça representava e tratamos de a levar a Braga e a Guimarães para ser estudada.

Elaneobrigo deixou-a lá pelo período de um mês. Depois deste prazo irá ser publicado as conclusões que facultaremos aos interessados.

Posteriormente e como a Ara é dele acho que ainda não sabe se a deixará exposta em qualquer lado ou se a guardará como património da Freguesia.

Mas a esta questão ele responderá mal veja a tua mensagem.

Entretanto, a primeira observação do arqueólogo definiu que devia de ser do séc I ou 0 AC. Ficou igualmente impressionado pela sua conservação, tamanho e estética. Se comparares com outras Aras da Casa Martins Sarmento (ver o link que pus no texto)concluirás que está um mimo!

Falta agora saber a que divindade foi dedicada. Repara que as Aras são tanto mais importantes quão inéditas forem os Deuses ais quais foram oferecidas...

Cumprimentos!

Elaneobrigo disse...

é a minha reliquia. e tenho em minha posse mais objectos encontrados no mesmo local!

terei que os levar para investigar também!

é fascinante encontrar objectos que estiveram nas mãos dos nossos antepassados galaicos!

Maria disse...

A perda do nosso património é uma dor indelével. :(

Ainda bem que esta Ara foi recuperada!

Anónimo disse...

Bom dia!

Fico muito contente por finalmente se encontrarem vestigios arqueológicos do que deve ser o povoamento proto-histórico de Aboim da Nóbrega... Visto que as construções pertencentes foram totalmente destruidas em finais da decada de 70\ principios de 80...
No entanto têm de ter em atenção que apesar de terem os artefactos em vosso poder, o património móvel ou imóvel é de todos... Logo, após a análise, estudo e posterior publicação de resultados deverá ficar exposto em local público, como por exemplo no Museu etnográfico ou no próprio Museu D. Diogo de Sousa. Se quiserem podem consultar a legislação de património para comprovar a veracidade do que vos digo.
Continuação de optimos estudos etnográficos!

O Galaico disse...

Olá Anónimo.

Em principio, a Ara depois de analisada será entregue ou à Sociedade Martins Sarmento (cuja exposição de Aras e de elementos Castrejos é a maior e a melhor), ou à câmara municipal.

Nem está posta de parte ficar exposta em Vila Verde ou Aboim caso hajam condições para tal.

Preferencialmente ficariam mais perto de casa. Foi ali que ficou durante milhares de anos por isso ali é que faz sentido.

Mas o Elaneobrigo tomará com certeza a melhor decisão!

Anónimo disse...

Só uma pergunta: Como é que sendo de Aboim da Nóbrega, escrevem no video que Aboim fica na Ponte da Barca?

O Galaico disse...

Muito simples caro "Anónimo". Ponte da Barca reclama hoje o nome de "Elaneobriga" como nome Pré-Romano. Isso causou até certa tensão quando o meu colaborador e amigo ELANEOBRIGO decidiu intervir aquando o ultimo Certame CELTA da Barca,

O que se passa é que desde sempre a Ponte da Barca fez parte de Aboim. Aboím é o local onde se situava ELANEOBRIGA - Daí Aboim da NOBREGA.

Mais tarde, as terras da Barca tiveram sede em Aboim. Isso está comprovado com a existência do Pelourinho e a cadeia.

Na verdade, Aboim era sede destas terras e não dependia de ninguém.

Posteriormente, por decisão tresloucada de qualquer prepotente, resolveram anexar Aboím a vila verde e separar a Barca da própria terra de onde ela nasceu.

As gentes de Aboim estão muito mais ligadas à Barca que a Vila Verde e essa é uma revolta e questão que nunca saiu da vida dos Aboinobrenses. Ainda a ultima vez que assisti a uma exibição deste rancho o porta voz referiu isso mesmo.

Por isso, e como o OGalaico é um blogue sobre etnia e antropologia, não podemos deixar de mandar esta "tacada".

Cumprimentos