quarta-feira, 8 de abril de 2009

As raízes podres da nossa cultura!

Uma pergunta que devemos fazer por estarmos numa era globalizada, onde qualquer um se assemelha a qualquer outro tenham eles as idades que tiverem e terem nascido no lugar que quiserem é:

O que é que, hoje, se distingue os países, regiões, distritos, concelhos, cidades e freguesias umas das outras?

Sim porque hoje todos temos a mesma pronuncia, aprendemos a mesma história (mesmo se esta nada tenha a ver com as nossas raízes mas sim com as de uma qualquer cidade centralista a centenas de quilómetros de distância), vestimos-nos da mesma forma, comemos a mesma comida, festejamos as mesmas festase idolatramos os mesmos falsos ídolos.

Não podemos mais dizer que é a "cultura". A "cultura", como tantas coisas, já não é o que era. A "cultura" deveria ser algo de palpável no dia a dia. No entanto, pelos nossos dias já não o é a não ser nos locais mais remotos das zonas rurais e, mesmo assim, com fortes condicionantes.

Em todo os outros lados esta "cultura" é museológica e uma encenação. Portanto, sob um certo ponto de vista já não é cultura porque não faz parte da vida real das gentes.

Já fez, mas já não faz. Esta cultura que hoje defendemos é então na maioria dos casos a cultura dos nossos avós. A nossa é a de todos os outros. A cultura dos media. Esta mesmo que me põe a escrever sobre folclore em vez de ir fazer folclore.

Disse FOLCORE?

Pois bem. E sobre folclore que quero falar. E esta encenação que mais nos representa e distingue das demais regiões e é o retrato mais rico de todo o saber musical acumulado de forma evolutiva e genuina por incontáveis gerações de antepassados nossos.

O folclore, para um bom observador e para quem tenha inteligência e sensibilidade (sim, hoje, é preciso inteligência para apreciar folclore) suficiente, é o equivalente a volumes de enciclopédias de etnografia e antropologia.

O folclore é a revelação da nossa alma.

Porém, a globalização, a lei do mercado e a ignorância pura e simples fazem que mesmo esta tradicional fonte de pureza venha a brotar poluída. Certos grupos de pessoas não se dão conta que, ao inventarem, estão a minar todo o futuro e todas as raízes culturais que nos restam.

Não conseguem perceber que as pessoas acreditam mesmo que o que estão a ver é real. Este é o fenómeno do palco e do bem vestir. Por isso é que também fazemos, por exemplo, confiança aos políticos...

Exemplificando, fica abaixo um exemplo de como, muitas vezes, as próprias gentes que se dizem defensoras e amantes da cultura das suas terras, apenas a estão a envenenar lentamente e inconscientemente. A seguir, está apresentado um bom exemplo para que se verifique o contraste. INVENÇÃO Vs GENUINIDADE.

Vira de Vila Verde segundo um grupo folclórico de péssima qualidade:



Vira de Vila Verde GENUINO por um bom grupo de folclore:



Como podem observar, a calúnia que é promovida pelo primeiro caso desvirtua completamente toda a herança cultural que supostamente deveriam preservar e promover.

Mais do que isso, a ironia que estas demonstrações exalam chegam a ser épicas e, só o sarcasmo, pode ajudar a aliviar o stress que, quem se interessa por a nossa cultura e folclore, é obrigado a suportar.

5 comentários:

Elaneobrigo disse...

desculpa camarada mas neste post noto que estavas pouco inspirado para a argumentação..lol

nestas matérias sou um bocado "treinador de bancada" pois nunca fiz verdadeiramente parte de um grupo folclorico.

bom, devo dizer que o simples facto de o folclore se espalhar pelo povo e com o povo é perfeitamente normal que tenha surgido bons e maus resultados.. assim como os ranchos.

os ranchos tem o dever de representar os seu folclore. mas como é sabido, essa sua funcão primordial é muitas das vezes renegada para segundo plano... pois na psico folclorica do povo o importante é ser diferente das outras terras e dar nas vistas!

mesmo que isso comprometa a tal genuidade das modas e cantares da sua terra que na maioria das vezes os proprios elementos do grupo infelismente desconhecem.

(até acrescento que os ranchos não são os melhores representantes das verdadeiras danças e cantigas do povo. quem não conhece modas tradiconais das sua terra às quais os ranchos não se dão ao trabalho de as recolher e as acrescentar ao seu reportório??)

mas atenção os ranchos vão evoluindo e amadorecendo como qualquer grupo de musica se para isso houver condições.

para mim o importante é continuarem a existir os ranchos folcloricos, sejam eles bons ou maus, e que se façam representantes das suas terras.

no que concerne às ditas "cópias" de danças, musicas e trajes entre os ranchos, e ás consequentes más representações isso sim já são problemas graves. e atrevo-me a dizer que por essas razões é que os ranchos folcloricos são tão ostracizados no panorama cultural.

os ranchos são elementos funcamentais em qualquer festividade, especialmente no minho, seja para respresentar as proprias terras, seja como recursos baratos para ajudar à festa ou seja pura e simplemente, para "encher pneus"!

remeto a responsabilidade desta situação para os presidentes de ranchos, dos ensaiadores, os festeiros e porque não ao pelouro da cultura das respectivas camaras municipais? eles são pagos para quê?

nesta nova era global onde as novas gerações se distanciam cada vez mais das suas raízes, quem melhor do que as autarquias para assumir essa responsbilidade?

O Galaico disse...

Caro Camarada.

Depois de uma série de videos do rancho LOMIKO, a inspiração para argumentar evapora-se imediatamente...

Anónimo disse...

"Uma pergunta que devemos fazer por estarmos numa era globalizada, onde qualquer um se assemelha a qualquer outro tenham eles as idades que tiverem e terem nascido no lugar que quiserem é:

O que é que, hoje, se distingue os países, regiões, distritos, concelhos, cidades e freguesias umas das outras?"


cada vez se perde mais as varias especificidades de cada região e nação.
Agora até é crime defender a nossa raça. Em breve teremos de acrescentar à lista que todos seremos da mesma raça, todos seremos mestiços e adeus galaicos e outros povos europeus.

Fernando Cerqueira Barros disse...

Amigo GALAICO

concordo a 100% com tudo o que dizes...alias tenho comentado muito contigo estas triztezas............

bom so acrescentar: o "Lomiko" ranchada ...nao sei de onde que diz ser de vila verde e talvez o caso EXTREMO deste pseude-folclore do qual todos nos devemos ter vergonha....

...mas atençao...o problema e muito maior...

...e que eles sao apenas a ponta do Iceberg...de centenas de pessimos exemplos no que ao folclore diz respeito....

...mulheres vestidas de homem
...trajes que nao dizem respeito a zona que supostamente o rancho representaria
...relogios de pulso
...trajes inventados numa qualquer loja de artigos pimba...
...etc etc etc

....bom e claro...musicas inventadas em paris, nova york ou outro qualquer ponto do pais e estrangeiro a meia duzia de meses ataz por um parolo qualquer...que depois sao apresentadas num palco de folclore...onde supostasmente deveriam entrar apenas musicas que os nossos passados, dos tempos que ja la vao, de ha mais de 100 anos atraz dançavam todos os domingos nos largos das aldeias, todas as romarias e arraias, todos os trabalhos agricolas, nas feiras...etc, etc...

...bom..e parece que nao chegava inventarem-se quadras, musicas, trajes.agora tambem e nas danças.em que os quadors folcloricos minhotos mais se assemelham a danças aborigenes australianas ou a uma qualquer tribo perdida numa ilha remota do pacifico...

TENHAM VERGONHA.....


PARABENS GALAICO...

Fernando Cerqueira Barros disse...

so mais uma coisita...apelidaste os LOMIKO de Savigny de "pessimo rancho folclorico"...

eu acho que isso e errado...

...e que ao dizeres "Pessimo" folclorico ainda estas a admitir que eles sao minimamente "folcloricos"...embora maus

...bom eu limito-me a chamar-lhes um grupo de musica e dança que se engana nos nomes que da as musicas...porque a palavra "folclorico" nao lhes pode ser aplicada...