Vamos começar a contar a história de algumas Aldeias Galaicas...
Esta primeira é desde há muito Vila, foi concelho até meados do SécXIX...
Tem uma história própria e tradições específicas.
Fica no Alto-Minho e a raia está ali bem perto...
Conta-se esta história, porque Michel Giacometti nos deixou escrito este belo texto - resumo dessa história...e gravou estas belas imagens irrepetíveis...sem a ajuda dele esta tarefa seria bem mais difícil...e é a ele que lhe prestamos homenagem:
Esta primeira é desde há muito Vila, foi concelho até meados do SécXIX...
Tem uma história própria e tradições específicas.
Fica no Alto-Minho e a raia está ali bem perto...
Conta-se esta história, porque Michel Giacometti nos deixou escrito este belo texto - resumo dessa história...e gravou estas belas imagens irrepetíveis...sem a ajuda dele esta tarefa seria bem mais difícil...e é a ele que lhe prestamos homenagem:
(Michel Giacometti)
E fala-se de agricultura, de Brandas, de Combatividade do Povo...e de muitas outras histórias já aqui faladas, entre elas o "Jogo do Pau", os Espigueiros, etc...
SOAJO...diz assim o texto:
"No concelho de Arcos de Valdevez, Alto-Minho, o SOAJO - povoação caracteristicamente montanhesa no sopé da serra que tem o seu nome - vive ao ritmo lento do trabalho agrícola e do pastoreio. O pousio é desconhecido e a agricultura praticada em pequenas glebas dispersas pelas encostas. As culturas limitam-se ao milho -de regadio e sequeiro - centeio, batatas, vinho, azeite, cera e mel. Na pastorícia, por "vezeiras", os rebanhos pertencentes a diversos donos são guardados pelo mesmo pastor. O gado é levado para a serre, onde fica até Setembro, o mais tardar princípios de Outubro - altura em que se colhe o milho. No interior da serra - dada a exiguidade das áreas cultivadas em redor da povoação - encontram-se as chamadas "BRANDAS", núcleos de povoamento temporário de carácter agricola ou pastoril ou misto, constituidos por choupanas e leiras de cultivo, onde o Soajeiro habita apenas na altura das sementeiras e das ceifas.
(uma BRANDA)
O Pelourinho, "rude no material e na arte", segundo LEITE DE VASCONCELOS, e cujo simbolismo é diversamente interpretado.
(Pelourinho do Soajo)
Em volta da eira comum, a presença - hierática - dos espigueiros, mais conhecidos por canastros ou caniços - onde o milho vai a secar antes de ser malhado. Para evitar a subida de roedores, os espigueiros têm a sua armação assente sobre pedras arredondadas ou mós. As fendas verticais destinam-se à ventilação.
Quem pretende utilizar a eira comum para a sua malha, coloca, na véspera do dia, uma vassoura de giesta debaixo de uma pedra, sinal por todos entendido.
(A Eira dos Espigueiros - Eira do Penedo)
Solidários entre si, os Soajeiros são conhecidos na nossa história pela sua independência e espírito de combatividade, de que é exemplo, entre outros, a figura quase lendária do Juíz do Soajo, e sem esquecer a fomosa rixa que eles, Soajeiros, há pouco mais de meio século tiveram com gente dos Arcos de Valdevez, onde um dos seus tinha sido maltratado. Combinada a desafronta, juntou-se um numeroso grupo de Soajeiros que, no dia marcado, varreu literalmente a Feira dos Arcos com paus, de que eram temidos jogadores. A quem procurava dissuadi-los, respondiam - "quando saímos do Soajo, já os sinos ficaram a tocar pelos que hão-de morrer".
Os Soajeiros conseguiram do Rei D. Dinis que "não seja permitida demora dos cavaleiros fidalgos naquelas paragens, senão o tempo suficiente que leva a esfriar um pão, exposto ao ar, na ponta de uma lança".
A deliberação tomada por aquele Rei respondia a uma queixa que lhe apresentaram os Soajeiros contra os fidalgos, os quais, "tratando-lhes as filhas e as mulheres pouco decorosamente", foram compelidos a "vender tudo o que ali possuiam e ir morar noutra parte, não sendo nunca mais permitido a qualquer fidalgo ou cavaleiro adquirir bens do dito concelho"."
Autor: Michel Giacometti
(uma BRANDA)
O Pelourinho, "rude no material e na arte", segundo LEITE DE VASCONCELOS, e cujo simbolismo é diversamente interpretado.
(Pelourinho do Soajo)
Em volta da eira comum, a presença - hierática - dos espigueiros, mais conhecidos por canastros ou caniços - onde o milho vai a secar antes de ser malhado. Para evitar a subida de roedores, os espigueiros têm a sua armação assente sobre pedras arredondadas ou mós. As fendas verticais destinam-se à ventilação.
Quem pretende utilizar a eira comum para a sua malha, coloca, na véspera do dia, uma vassoura de giesta debaixo de uma pedra, sinal por todos entendido.
(A Eira dos Espigueiros - Eira do Penedo)
Solidários entre si, os Soajeiros são conhecidos na nossa história pela sua independência e espírito de combatividade, de que é exemplo, entre outros, a figura quase lendária do Juíz do Soajo, e sem esquecer a fomosa rixa que eles, Soajeiros, há pouco mais de meio século tiveram com gente dos Arcos de Valdevez, onde um dos seus tinha sido maltratado. Combinada a desafronta, juntou-se um numeroso grupo de Soajeiros que, no dia marcado, varreu literalmente a Feira dos Arcos com paus, de que eram temidos jogadores. A quem procurava dissuadi-los, respondiam - "quando saímos do Soajo, já os sinos ficaram a tocar pelos que hão-de morrer".
Os Soajeiros conseguiram do Rei D. Dinis que "não seja permitida demora dos cavaleiros fidalgos naquelas paragens, senão o tempo suficiente que leva a esfriar um pão, exposto ao ar, na ponta de uma lança".
A deliberação tomada por aquele Rei respondia a uma queixa que lhe apresentaram os Soajeiros contra os fidalgos, os quais, "tratando-lhes as filhas e as mulheres pouco decorosamente", foram compelidos a "vender tudo o que ali possuiam e ir morar noutra parte, não sendo nunca mais permitido a qualquer fidalgo ou cavaleiro adquirir bens do dito concelho"."
Autor: Michel Giacometti
9 comentários:
O Soajo é uma das maravilhas do nosso país, todos os anos faço por fazer lá uma visita. Excelente post ! Fiquei curioso com a rixa entre soajeiros e arcuenses...
Galaico,
Venho deixar um abraço.
E admirar o Soajo.
Caminhei bastante pela serra...
Beijos
Uma preciosidade! Parabéns pelo blog. Cumprimentos.
Ola Sr. Armando.
Obrigado nos pela visita.
Soajo é realmente Belo e bucólico. Este post deixou-me um gosto de Saudade...
Perco-me neste blog. Para quando um "estudo" sobre a Serra de Arga? Espero para ver.
...um dos contribuidores do Blog até é da serra d'arga...quem sabe ele faça algo...cumprimentos...
Uma das mil maravilhas de Portugal. Fiquei maravilhado. Abraços para todos os contribuidores e, neste caso, para Fernando Cerqueira Barros.
SOAJO; Uma das mil maravilhas de Portugal. Esta, é um "diamante" na serra. Fiquei maravilhado com a qualidade. Abraços para todos os contribuidores e, neste caso, para Fernando Cerqueira BArros.
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