Samhain, Halloween ou Todos os Santos.
Esses são nomes que apontam para a mesma festividade milenar que já foi abordada o ano passado em: http://ogalaico.blogspot.com/2008/10/o-nosso-ano-novo.html.
Como é sabido, os nossos povos ancestrais eram mestres em discernir os sinais que a Natureza lhes dava e, com o tempo, criaram engenhosos sistemas de medição das estações. Era para eles muito importante saber a quando se dava o Samhain pois era o seu fim de ano. Era aí que morria o Verão e começava o Inverno. O inicio e fim das suas duas estações.
Obviamente, a tradição religiosa de todos os Santos onde se adoram os mortos não faz mais que perpetuar de uma forma "fiscalizada" esta mesma tradição.
Uma assídua e cultíssima leitora deste espaço forneceu-nos um interessante documento que demonstra a que ponto as nossas civilizações antecessoras tinham esses assunto em conta, e os esforços que realizavam para os definir correctamente.
As seguintes imagens demonstram um elaborado sistema de medição solar (Cromeleque) encontrado na serra de Montemuro no concelho de Resende que, usa não só a geografia favorável, como uma serie de megalitos como pontos de referência.
Esses são nomes que apontam para a mesma festividade milenar que já foi abordada o ano passado em: http://ogalaico.blogspot.com/2008/10/o-nosso-ano-novo.html.
Porém, devido à enorme importância desta época no calendário pagão e natural, é essencial recordá-la e desenvolver alguns pontos a ela associada.
Como é sabido, os nossos povos ancestrais eram mestres em discernir os sinais que a Natureza lhes dava e, com o tempo, criaram engenhosos sistemas de medição das estações. Era para eles muito importante saber a quando se dava o Samhain pois era o seu fim de ano. Era aí que morria o Verão e começava o Inverno. O inicio e fim das suas duas estações.
Obviamente, a tradição religiosa de todos os Santos onde se adoram os mortos não faz mais que perpetuar de uma forma "fiscalizada" esta mesma tradição.
Uma assídua e cultíssima leitora deste espaço forneceu-nos um interessante documento que demonstra a que ponto as nossas civilizações antecessoras tinham esses assunto em conta, e os esforços que realizavam para os definir correctamente.
As seguintes imagens demonstram um elaborado sistema de medição solar (Cromeleque) encontrado na serra de Montemuro no concelho de Resende que, usa não só a geografia favorável, como uma serie de megalitos como pontos de referência.
Através deste processo de beleza ímpar e que ainda hoje, se bem que em ruínas, populam serras, campos e o nosso imaginário, se geria a vida espiritual de antigamente.
Ontem teria sido mais uma festa de fim de ano e, hoje, a celebração de um ano novo, se não fosse a completa ignorância do povo em relação a estes assuntos.
Os que pensam ser mais espertos dizem que não faz sentido festejar marcos culturais importados dos USA. Concordemos todos com essa intenção se assim nos aprouver. No entanto, não nos esqueçamos que esta tradição em causa foi da Europa atlantica para lá e, de lá, só trouxe a vertente comercial e alguns pormenores corrompidos.
Cabaças demoníacas e similares, vestir de demónios ou bruxas e outros aspectos são costumes AUTÓCTONES desta festividade e não importações. Obviamente o objectivo seria celebrar esta morte do verão (hoje celebram-se os nossos mortos nos cemitérios) e eventualmente, assustar os demónios e a má sorte para que não viessem poluir este novo ciclo natural em que a humanidade entrava.
Bom Samhain para todos!
Ontem teria sido mais uma festa de fim de ano e, hoje, a celebração de um ano novo, se não fosse a completa ignorância do povo em relação a estes assuntos.
Os que pensam ser mais espertos dizem que não faz sentido festejar marcos culturais importados dos USA. Concordemos todos com essa intenção se assim nos aprouver. No entanto, não nos esqueçamos que esta tradição em causa foi da Europa atlantica para lá e, de lá, só trouxe a vertente comercial e alguns pormenores corrompidos.
Cabaças demoníacas e similares, vestir de demónios ou bruxas e outros aspectos são costumes AUTÓCTONES desta festividade e não importações. Obviamente o objectivo seria celebrar esta morte do verão (hoje celebram-se os nossos mortos nos cemitérios) e eventualmente, assustar os demónios e a má sorte para que não viessem poluir este novo ciclo natural em que a humanidade entrava.
Bom Samhain para todos!
6 comentários:
BOA..
(...depois da carpideira, o DIA DOS MORTOS...e este blog a se transformar num cardápio de cultos de morte e tristeza...)
...eis quando vejo que o titulo apenas se associa ao post porque nesse dia coincidem duas tradiçoes distintas...pois como nos sabemos o calendario cristao sobrepoe-se ao calendario pagao quase na totalidade..
CONCLUSAO: a tua mestria mais uma vez em evidência...e mais um belo post sobre a ANTIGA CULTURA DOS POVOS AQUI DA GALECIA...aqueles que desde os primordios usaram o territorio e a natureza para marcar os seus ritmos de vida e trabalho...
BRILHANTE...
Protanto, embora ligeiramente atrasados, os votos de um Bom Ano Novo!
Este ano a festa do Samhain foi muito especial, uma vez que coincidiu com a data que, em princípio, era celebrada pelos Celtas: a lua cheia.
Talvez por isso, este ano, na minha casa, decidimos ignorar as tradições ditas de Halloween - das quais eu sou fã, confesso.
Quanto ao jantar, cozinhamos lombo de porco com castanhas. A associação desta festa com as castanhas vai muito para além do magusto. Lascariz refere a antiga tradição de colocarem castanhas sobre as campas. E o porco é também obrigatório, não só porque "cada porco tem o seu S. Martinho", estando portanto a matança do porco associada a esta festa, como também pela ligação deste animal com o mundo subterrâneo.
Lascariz refere também uma antiga tradição das terras de Miranda do Douro, em que nesta noite deixavam à porta de casa uma cesta de verga cheia de grãos de milho e um espiga inteira, no meio uma vela acesa, para guiar o espírito dos antepassados. Na zona de Bragança, a tradição chamava-se O Pão dos Mortos, consistindo num cesto de pão e um jarro de vinho, alumiado por uma vela, também depositados à porta de casa, para repasto dos mortos.
Este convívio entre mortos e vivos, está também presente na nossa tradição do magusto e das brincadeiras antigas dos rostos enfarruscados.
Assim, na minha casa, fizemos um brinde como sempre ao espírito dos nossos antepassados e, pela coincidência da lua cheia, também brindamos ao espírito da nossa tribo.
Lembrando ainda outra tradição perdida, deixo os meus votos de que, como acontecia noutros tempos, também todos as nossas velhas fogueiras sejam apagadas, para se acender um fogo novo, consagrado ao novo ciclo.
existem milhares de pequenos usos, custumes e tradicoes relacionadas com esta data por toda a europa... a galecia nao e de todo excepcao.
mas isso ficara para uma proxima vez.
queria apenas dizer o que muita boa gente pode nao saber...
Os católicos costumam homenagear os seus santos no dia do aniversário de suas mortes.
Porém, o número de santos canonizados é muito superior ao número de dias do ano, sendo assim, poucos deles são oficialmente homenageados no dia de sua morte.
Para resolver esse problema, o Papa Bonifácio IV, criou o Dia de Todos os Santos, com o intuito de homenagear todos os santos em um único dia.
Isso aconteceu no século VII e naquela época o Dia de Todos os Santos era comemorado no dia 13 de maio.
No século seguinte (em 835), porém, o Papa Gregório III, mudou a data que passou a ser celebrada no dia 1º de novembro.
Dizem os historiadores que o principal objetivo da mudança da data foi para que ela passasse a coincidir com o Samhain – Ano-Novo para os “Bruxos” buscando dessa forma, atrair os “pagãos” (possíveis novos fiéis) para a celebração católica!
Ah! Encontrei outra tradição (uma que viabiliza os meus gingerbread men, que, agora, passarei a chamar santoros. ;)
Bolo Antropomórfico
"Tambem na Beira comem no dia do Todos os Santos (1 do Novembro) uns pães estreitos e compridos, de trigo, chamados santoros (plural santoro, ou sanctoro, de sanctorum), —vid. Ensaios Ethnogr., II, 186—, que são, quanto a mim, estilização de figuras zoomorficas ou antropomorficas, e representam provavelmente vestígios do sacrificios (aos mortos? pois no
dia 2 comemora a Igreja os fieis defuntos: cf.
Rev. Lusit., VI, 24G-247)."
BOLETIM DE ETNOGRAFIA, nº1, 1920, pag.31
PUBLICAÇÃO DO MUSEU ETNOLÓGICO PORTUGUES
DIRIGIDA POR
J. LEITE DE VASCONCELLOS
santoros?
já tinha ouvido qualquer coisa sobre bolos mas não sabia o nomes.
um facto a aprofundar
obrigado maria
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