domingo, 28 de novembro de 2010

Rio Homem, com letras!


«Em plena Guerra Civil de Espanha, Rogelio – um jovem galego de ideais republicanos – e alguns dos seus companheiros de guerrilha entram em Portugal clandestinamente com o propósito de apanhar, na cidade do Porto, um navio que os leve aos Estados Unidos e os liberte para sempre da ameaça do fuzilamento e da prisão.
Porém, no momento em que Rogelio se afasta do grupo para testar a segurança da próxima etapa da viagem, desconhece que virou do avesso o próprio destino: doravante completamente só num país que desconhece, o jovem sofrerá uma experiência próxima da morte que, paradoxalmente, o fará renascer como homem no seio de uma comunidade algo visionária, visitada e admirada por grandes intelectuais – a aldeia de Vilarinho da Furna. Aí encontrará o amor, de muitas maneiras.
Exaustivamente investigado, narrado com mestria e beleza e com uma galeria de personagens admiráveis (entre as quais não podemos deixar de reconhecer, por exemplo, Miguel Torga), Rio Homem cruza duas histórias magistrais – a de um refugiado que perdeu todas as suas referências e a da aldeia comunitária que o acolheu e que hoje jaz submersa na albufeira de uma barragem.»

terça-feira, 16 de novembro de 2010

No tempo em que não havia televisão...


"Vivia no Pombal um homem que tinha o fado de sair de casa à meia-noite e que se transformava em cavalo. Tinha de percorrer sete freguesias onde existisse pia baptismal. Um dia, a mulher dele pediu a um vizinho que, quando o visse passar, o picasse com um aguilhão. E assim aconteceu junto à casa, que ainda existe. Ele transformou--se em homem e disse: "boa-noite, senhor José Pereira". Este ficou tão assustado que até adoeceu".


"A minha bisavó era a mulher do bisavô da Flora. Numa noite, ele foi para a quinta tratar do vinho nos tonéis e, quando regressava a casa, viu um cabrito aos saltos. Lá o agarrou, pô-lo ao pescoço e subiu até à aldeia. Uma vez chegado, o cabrito deu um pulo, riu-se e disse-lhe: "agora, vai gabar-te que vieste todo o caminho com o diabo às costas"
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sábado, 13 de novembro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Arquitectura do passado.... Ou do futuro?

Numa era onde o betão sem alma reina em absoluto e engole, dia após dia, a beleza das nossas terras, encontramos por vezes exemplos alternativos dignos de relevo.

Numa serra do concelho de Fafe, pode-se observar como a Natureza pode ser usada para benefício do homem com impactos minimos no meio ambiente.


Escavada directamente na rocha, criou-se uma habitação de aspecto caricato apesar de não ser inovadora. Na verdade, este tipo de utilização oportuna de materiais já foi outrora comum. Desta forma, para além das mais valias económicas e ambientais, podemos também realçar o valor etnográfico que projectos deste tipo proporcionam.

As tendencias actuais que, cada vez mais, descaracterizam as nossas aldeias e vilas com a utilização de formas futuristas e materiais ridiculos, apenas trazem desperdício de dinheiro e pobreza ao território.

Uma vivenda construída segundo os moldes "de fábrica" dos nossos arquitectos, eles também produzidos em série por universidades rígidas, custa dezenas de milhares de euros e tem uma duração de vida reduzida.

Com isso quero dizer que um prédio ou uma casa nova dificilmente durará mais de 40 anos em condições óptimas. Depois disso, será um antro para colocar estratos sociais inferiores ou ficará simplesmente ao abandono não havendo sequer permissão para demolir a propriedade.

Porém, investir em materiais e construções genuinas, permite uma utilização praticamente infinita e a garantia de que o seu estilo nunca ficará ultrapassado pois, convenhamos, esta é uma parte orgânica da região onde existimos.

Obviamente, a maior parte das pessoas julgam este tipo de construções como meras brincadeiras. Porém, porque não mudar as mentalidades? Pessoalmente, opções que utilizam materiais locais, que tem impactos minimos no ambiente, quase nulos na paisagem e, além do mais, são investimentos com retorno para toda a vida, deveriam ser prioritários.

Nas escolas e frente ás televisões, os nossos engenheiros e politicos tanto falam em sutentabilidade e ordenamento porém, na hora de intervir, limitam-se a seguir o fluxo dos acontecimentos agravando dia após dia a nossa realidade territorial.

Posso ser um utopista romântico porém, parece-me que opções que só trazem vantagens, apenas não são instituidas por falta de vontade política global. O mesmo se passa por exemplo com as energias renováveis e sistemas económicos alternativos que não são aplicados por não agradarem aos donos do poder e do dinheiro...

Fonte: http://bocaberta.org/2009/09/casa-de-pedra-em-portugal.html

Video submetido por Clara

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Poema ao Minho Antigo!

As árvores de pé, na solidão dos montes,

Como estátuas que um povo original ergueu,

Abraçam com saudade os largos horizontes,

Quase escalando o céu.

Longos - Guimarães por: GabKoost

Ali as aves vem cantar a toda a hora;

E em baixo, pelo vale, escuta-se um ribeiro,

Que entoa em doce paz uma canção sonora

Como um clarim guerreiro.

Sande São Lourenço - Guimarães por GabKoost

Mais longe o lavrador, curvo, seguindo a grade,

Amanha alegremente a terra para os filhos,

E o sol entorna a prumo a sua claridade

Nos cálices dos junquilhos.

Casa da Espinosa - Guimarães (»1934) - Propriedade S.M. Sarmento

As montanhas ao ar levantam majestosas

Os seios, onde a alma ás vezes vai achar

As atracções do abismo, as visões pavorosas

E os beijos do luar.

Longos - Guimarães por GabKoost

De certo achas formosa, esplêndida a paisagem,

Nada falta á harmonia unanime das cores:

A Natureza fala uma heróica linguagem
Nos ventos e nas flores.

(...)

Penha - Guimarães - por: Paulo Menote

Guimarães, Setembro de 1879

J. Leite de Vasconcelos, Baladas do Ocidente

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