quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O meu Guerreiro Galaico

Os guerreiros galaico sempre me fascinaram. Desde a infância que convivi com este tipo de achados da idade do ferro. Como já encontrei/descobri uma ara votiva, fico sempre na esperança que um dia será a vez de um guerreiro! É um sonho lindo só isso.

De maneiras que, certo dia me embrenhei nos meus aferes e lá me decidi, não a procurar um guerreiro galaico, mas sim a construir um... só meu... só para minha protecção e aconchego espiritual!

Como não tenho arte de pedreiro, optei pela pintura e este é o resultado...


Optei por uma abordagem abstracta, sem grandes pormenores, contudo achei por bem representa-lo com uma expressão facial mórbida e apática.Para visualizar com mais pormenor façam clik sobre a imagem!

Interessa reter que os guerreiros galaicos são figuras masculinas em tamanho superior ao natural, talhadas em granito de grão grosso. Representam guerreiros em posição hierática, sobre um plinto, com escudo redondo, espada curta e, por vezes, capacete.

Os braços mantêm-se junto ao corpo, possuindo a célebre viria, de que se admite ter origem a designação de Viriato. Ostentam uma vestimenta curta, tipo camisa, que acaba por cima dos joelhos. No pescoço trazem um aro, ou torques, aberto para a frente e com as pontas engrossadas.

Estas construções são o expoente máximo da arqueologia nacional, representativas da imagem da Divindade e do carácter guerreiro da antiga civilização castreja.

Mas é sabido que este tipo de representações não são exclusivas da nossa região castreja. Foram achadas estátuas de guerreiros, em tamanho natural, na Alemanha e Itália (Glauberg e Capertrano).

Em minha opinião, é de prever que o universo cultural deste tipo de construções é muito vasto. Basta ter em mente o número de tribos celtas conhecidas (ou mais importantes) de toda a Europa e concluir que estes artefactos não poderiam ser casos isolados.

Para além de que, as principais características sócio-culturais deste tipo de povoados era precisamente o espírito combativo e guerreiro aliado a um intelecto mágico espiritual profundo.
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Fonte: Museu Nacional de Arqueologia

4 comentários:

O Galaico disse...

Obrigado amigo e camarada por mais um contributo, desta vez, muito pessoal.

A minha interpretação da tela centrou-se na expressão facial, ou ausência dela, e nos tons encarnados que dão uma aparência fantasmagórica ao Guerreiro.

Esse ponto de vista coaduna-se muito bem com o total desprezo e a lenta agonia de que esta cultura é alvo!

Muito bem!

Elaneobrigo disse...

por acaso é mesmo esse sentimento que falas...

uma lenta agonia, o desprezo, o vazio simbolico-espiritual, a morte, por assim dizer, do seu valor simbolo!

agradecia que vissem ao pormenor clikando na foto.

Maria disse...

Olá, meus queridos. ;)

Elaneobrigo, gostei muito do teu guerreiro galaico!

Parabens.

A Respigadeira disse...

Gostei das cores e da expressão. Quando escolho imagens para o meu blogue, centro-me sempre naquelas que me tocam, independentemente de serem perfeitas ou imperfeitas. O importante é que as imagens toquem na alma e este quadro tocou-me.

Beijo e continuação de um bom trabalho.