Capatado em 1997, nas festas das colheitas de Vila Verde, estes videos retratam a espadelada que se realizava em Aboim da Nóbrega!
Achei por bem partilhar convosco estes videos não só pela representação do linho mas sobretudo pelas cantigas. Apesar de algumas falhas de gravação, o essencial das cantigas está lá!
domingo, 31 de agosto de 2008
Espadelada do Linho!
sábado, 30 de agosto de 2008
Não passaram muitos anos!
Não passaram muitos anos em que nas aldeias se encontrava as vacas barrosãs a comerem nas bermas dos caminhos, enquanto o seu dono de sachola às costas dava uma palavrinha com o vizinho que munido de tesouras “cantadeiras” fazia a poda das suas vinhas!
Não passaram muitos anos em que depois de uma matança do porco o lavrador movido pelo espírito comunitário, distribuía o “sarrabulho” composto por “farinhatos”, “bofes”, febras, rojões e orelha pelos vizinhos; e quando se fabricava o bagaço, os homens das aldeias faziam serões junto dos alambiques bebendo e comendo num banquete ritmado pelo estalar da fogueira e o murmúrio das vozes masculinas!
Não passaram muitos anos que as crianças faziam os seus próprios brinquedos, em ferro ou madeira; e uma simples ida às malhadas, lavradas e desfolhadas enchiam os campos e eiras de júbilo e brincadeira!
Não passaram muitos anos em que as mulheres serpenteavam pelos vales das aldeias com um molho de linho à cabeça ou um cesto de roupa acabada de lavar no rio; e aos domingos as raparigas solteiras colhiam flores nas hortas e campos para aparelhar as capelas e igrejas ensaiando cânticos primaveris!
Não passaram muitos anos em que as roupas das senhoras eram feitas à medida pelo alfaiate ou pela vizinha costureira; e o uso de calças por parte das mulheres ainda não estava enraizado nos cânones da beleza feminina!
Não passaram muitos anos em que se via nas cidades, senhores rurais a cumprimentar as gentes nas ruas com um sorridente bom dia; e senhoras vestidas de negro vindas das feiras atulhavam as “camionetas” de galinhas, ovos e hortaliças tão viçosas como o brilho dos seus brincos de libras de ouro!
Não passaram muitos anos em que as gentes da aldeia se organizavam para a “batida ao lobo” junto dos fojos do lobo, e quando uma vaca se “escutava” era morta pela dono e a população vinha comprar carne a fim de ajudar o lavrador no prejuízo!
Não passaram muitos anos em que depois de uma matança do porco o lavrador movido pelo espírito comunitário, distribuía o “sarrabulho” composto por “farinhatos”, “bofes”, febras, rojões e orelha pelos vizinhos; e quando se fabricava o bagaço, os homens das aldeias faziam serões junto dos alambiques bebendo e comendo num banquete ritmado pelo estalar da fogueira e o murmúrio das vozes masculinas!
Não passaram muitos anos que as crianças faziam os seus próprios brinquedos, em ferro ou madeira; e uma simples ida às malhadas, lavradas e desfolhadas enchiam os campos e eiras de júbilo e brincadeira!
Não passaram muitos anos em que as mulheres serpenteavam pelos vales das aldeias com um molho de linho à cabeça ou um cesto de roupa acabada de lavar no rio; e aos domingos as raparigas solteiras colhiam flores nas hortas e campos para aparelhar as capelas e igrejas ensaiando cânticos primaveris!
Não passaram muitos anos em que as roupas das senhoras eram feitas à medida pelo alfaiate ou pela vizinha costureira; e o uso de calças por parte das mulheres ainda não estava enraizado nos cânones da beleza feminina!
Não passaram muitos anos em que se via nas cidades, senhores rurais a cumprimentar as gentes nas ruas com um sorridente bom dia; e senhoras vestidas de negro vindas das feiras atulhavam as “camionetas” de galinhas, ovos e hortaliças tão viçosas como o brilho dos seus brincos de libras de ouro!
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Esvaídos do nosso sangue!
De glórias conta-se a história.
São os momentos mais nobres e os actos mais distintos que enchem de orgulho as gentes de qualquer terra. Nunca vi, e isto é um facto, nenhuma localidade, região ou país ter honra em situações embaraçosas ou vergonhosas. No entanto a ironia está presente quando nos damos conta que honramos a honestidade como uma virtude das mais badaladas. Se assim fosse, teríamos de ter orgulho na derrota e nos defeitos. Bastaria assim assumi-los para transformar-mos uma situação negativa em mais um motivo de vangloria.
Justamente ou não (cada qual que julgue) eu digo que a honestidade é necessária mas não transforma os responsáveis por uma situação má em boa gente apenas por assumirem que falharam. Até porque não sabemos se foi falha ou premeditação. A honestidade vale o que vale dependendo das pessoas e da situação.
Mas de que estou eu a falar?
Estou a filosofar sobre um fenómeno social que atinge o Norte de Portugal em particular com toda a força. Não é uma situação nova pois meus avós e pais já a sofreram. Há várias décadas foram à luta para que nós, que hoje vivemos e aspiramos pelo futuro, não tivesse-mos de nos lamentar e de sofrer destroçados pelos caminhos estranhos a que a vida nos pode levar. Por momentos mas por pura distracção e ingenuidade pareceu que este movimento estava em declínio e que havia esperança no fim do túnel. Engano grosseiro. A luz que se percebia neste túnel de mistérios era apenas fogo de artifício que aqueles que podem mandam ao ar sem se ralarem com os efeitos. Para eles, desde que estejam saciados, todos os actos são perdoáveis.
A emigração é de facto uma facada nas costas do país. Talvez não uma facada mas mais uma dor de cabeça. Uma enxaqueca! Um destes males que só nos recordamos quando somos mais uma vez atingidos por ele. Assim,. uma vez por ano nos lembra-mos da realidade em que existimos.
Pintando um retrato da minha freguesia:
Há 50 anos atrás todos eram pobres mas todos trabalhavam. Todos eram honrados e, apesar de haver fome em certos casos, a generosidade do povo resolvia tudo. Naquele tempo, as pessoas iam para fora porque tinham de fugir das garras de Salazar. Ao mesmo tempo aproveitavam para ver o mundo. Um mundo que a vida profundamente rural não reconhecia. Iam maioritariamente para Paris onde os nossos jovens ficavam deslumbrados com a dimensão avassaladora da realidade. Não há missa, ninguém julga o outro, a libertinagem é quase bem vista e as oportunidades surgem em todos os cantos. Para quem queira trabalhar o futuro está garantido. Também em casa o estava. Talvez com muito mais modéstia mas a vida daqueles tempos era alegre e pura. Também antigamente, quem queria trabalhar não teria problemas. Não construiria uma casa de estilo europeu e não teria um grande carro mas, por outro lado, teria a sua horta, o seu emprego dentro ou fora da quinta e viveria feliz com a família, as suas romarias, tradições e cantinho de céu.
E hoje? Quais as oportunidades dos nossos jovens?
Continuando de palete na mão:
O pai é modesto e a mãe uma dona de casa como as que nunca mais se vão fazer. O jovem este nasceu entre dois mundos. O dos pais dele assemelha-se mais a idade média do que a qualquer outra coisa. O dele, por outro lado, é o da globalização. Vivendo no campo, em zona rural ou semi-rural, os ícones dele são os das grandes cidades mundiais. A sua musica é a mesma que a de qualquer nova-iorquino ou Parisiense. Assim é igualmente a sua moda, forma de falar, pensar e agir. Hoje, filhos de peixe já não sabem nadar.
Também a nível de perspectivas o fosso é esmagador. Se os pais dele eram humildes e apenas precisavam de um tecto e pão na mesa para se sentirem felizes e honrados, o filho já não. Para o filho, viver como os país viveram é sinónimo de fracasso. Na verdade não estão minimamente preparados para a dureza vida pois são completamente incapazes de fazerem os sacrifícios que fizeram os seus progenitores há poucos anos atrás mas numa realidade totalmente diferente. Para o rapaz ou moça nova, vir a ter menos que os outros é inaceitável.
O jovem depara-se a certa altura com dois caminhos. Sair da escola e estar condenado ao fracasso ou investir-se no ensino superior, esganando mais um pouco as economias da família e, mesmo assim, não ter a certeza se vale minimamente a pena. O feedback que normalizar tem é que não. As notícias são diárias e mais que conclusivas. A não ser que seja muito dotado ou tenha muita cunha, o jovem da minha aldeia nasce quase condenado a seguir o mesmo velho e penoso caminho que todos os outros.
Há cerca de 10 anos a freguesia estava viva. Havia juventude em todo o lado e organizações como o grupo de jovens, rancho folclórico e escuteiros floresciam. Ao Domingo, ainda se viam no adro da Igreja os mais tradicionalistas enquanto os restantes divertiam-se nos cafés e nas discotecas. Hoje apenas há silencio e casas vazias.
Só este ano mais uma dezena de rapazes e raparigas abandonam a terra para imigrar. Não pensem que todos eles são incultos ou "labregos". O facto é que quase todos tem no mínimo o 12º ano mas isso não vale nada. Os jovens da minha terra são educados, sabem ler, escrever, tem opinião formada mas não tem uma coisa essencial: A oportunidade. Assim, o único caminho a seguir é abandonar o país para ir fazer qualquer coisa. Sim porque qualquer coisa fora é mais lucrativo do que qualquer coisa aqui. Como podem não se sentir atraídos estes jovens quando os seus amigos de infância voltam ao fim de 2 anos ostentando riqueza superior há que podem aspirar em talvez toda a vida? Sim, é verdade que lá fora trabalha-se muito mais e não se tem a "qualidade de vida" (mito urbano a desmistificar urgentemente) que existe em Portugal. No entanto, mesmo aqui, se houvesse quem pagasse um mínimo aceitável, haveria quem trabalhasse e aqui ficasse feliz. O problema é que lá fora, mesmo sem ter educação nenhuma há hipótese de ter uma vida regular. Tudo o que se for capaz de fazer a mais que isso será sempre recompensado.
Recompensa! Uma palavra que não existe no dicionário da vida dos nossos rapazes e raparigas.
Estamos no fim de Agosto e sente-se no ar a tristeza. A tristeza dos que vão pois todos os anos se sentem arrancados a força, mas também a tristeza dos que ficam ou por verem os seus amigos e familiares se afastarem. Muitos também ficam tristes por não irem. Por estes dias o ar está pesado e verga o sorriso de toda a gente. Sente-se que algo não está bem e nasce em cada esquina a raiva contra o estado do país que obriga a esta coisa inconcebível: Emigrar!
Mas que país é este que nem é capaz de manter as crianças que pariu? Isso na vida real daria processos! Retiravam a criança aos país e castigavam-nos! O estado ou o que quer que seja responsável por este horrível acto de mau parentesco, deveria assim ser igualmente castigado por quem quer que fosse. Quando hordas de beleza, juventude, esperança e criatividade abandonam o pais simplesmente porque este não cumpre sequer os requisitos mínimos aceitáveis então caímos fundo. Muito fundo.
E assim a vida no Norte de Portugal. Uma região que em caso de necessidade não se vira para a sua capital. Quando o Norte está mal, o Norte vira-se para a Galiza, para França, para a Alemanha, Suíça, Luxemburgo etc. Ali, longe de tudo, sabem que existe soluções para os problemas que têm. Ali, longe de tudo e junto a tantos outros exactamente nas mesmas condições, quase parecem esquecer-se que esta não é uma situação normal. Longe dos olhos dos conhecidos e dos cheiros e cores da sua terra, não se sentem obrigados a sofrer por ela. Limitam-se a fazer de conta que não são quem são apenas para não se recordarem que o mal que os fez sair daqui ainda existe. Permanece e paira constantemente.
Voltando finalmente à questão da Honra e da hipocrisia que deriva da adjectivação com esta palavra, há que ter em conta uma coisa:
O estado, quando glorifica o papel do imigrante, quando lhe preza a coragem e as virtudes está no fundo a usar uma estratégia inconsciente (espero eu) para branquear o rotundo falhanço que é a economia e sociedade de Portugal. Facilmente podemos entender que cada desempregado que imigra e cada jovem que sai são dados transformados pelo INE como um desempregado a menos e um jovem à procura da primeira colocação a menos. A irresponsabilidade dos actos governamentais é tal que publicitam estes números como vitórias pessoais fruto de qualquer projecto guardado numa gaveta cheia de pó.
Eu gostaria de ver os números se as DEZENAS DE MILHARES de jovens que emigraram nos últimos anos voltassem...
E assim passa mais uma enxaqueca. O governo, aceitando honestamente o facto de os emigrantes serem poços de virtudes (e de dinheiro fresco) e pessoas de imensa coragem e valor tenta talvez fazer com que o facto de eles terem de abandonar a pátria não sobressaia. Pois bem, por mais monumentos que façam aos imigrantes, por mais que se promovam festinhas no mês de Agosto ou condições bancárias e de crédito especiais, não nos devemos esquecer que cada pessoa que saia para fora tem de ser vista como um falhanço dos sucessivos governos do país e uma prova da incapacidade e insustentabilidade da nação.
O mais grave é que se não somos sustentáveis não podemos existir.
Muita desgraça se vê, muitos problemas se constatam. Ainda mais situações más verificamos ou aspectos erróneos porém, nada me toca mais do que ver o país ficar vazio. Ver os pais sem os filhos, ver os cafés vazios, os recintos desportivos abandonados e ouvir este silêncio incomodativo. Sentir a raiva de quem tem de ir embora, ouvir o choro da ultima despedida.
Tudo coisas que qualquer país que se preze não deveria ser forçado a assistir. Muito menos o Norte que criou este monstro que hoje se vinga e o devora.
Esta é a sina dos Nortenhos. Ir à aventura tomando conta dos seus problemas por mais que lhes custe. Este é o meu povo! Bem que martirizado, menosprezado e reduzido à mera existência, não se coíbe de ir e voltar para mostrar que não se deixa abater.
O meu povo não chora pedindo subsídios ou se senta todo o dia ficando acomodados com a côdea e o copo de tinto diário. O meu povo pede para si o melhor possível e, se a "capital" não cria condições para o obter aqui, então não lhe pede permissão para o ir arrancar a custo lá fora.
O espírito Galaico conquista o mundo!
São os momentos mais nobres e os actos mais distintos que enchem de orgulho as gentes de qualquer terra. Nunca vi, e isto é um facto, nenhuma localidade, região ou país ter honra em situações embaraçosas ou vergonhosas. No entanto a ironia está presente quando nos damos conta que honramos a honestidade como uma virtude das mais badaladas. Se assim fosse, teríamos de ter orgulho na derrota e nos defeitos. Bastaria assim assumi-los para transformar-mos uma situação negativa em mais um motivo de vangloria.
Justamente ou não (cada qual que julgue) eu digo que a honestidade é necessária mas não transforma os responsáveis por uma situação má em boa gente apenas por assumirem que falharam. Até porque não sabemos se foi falha ou premeditação. A honestidade vale o que vale dependendo das pessoas e da situação.
Mas de que estou eu a falar?
Estou a filosofar sobre um fenómeno social que atinge o Norte de Portugal em particular com toda a força. Não é uma situação nova pois meus avós e pais já a sofreram. Há várias décadas foram à luta para que nós, que hoje vivemos e aspiramos pelo futuro, não tivesse-mos de nos lamentar e de sofrer destroçados pelos caminhos estranhos a que a vida nos pode levar. Por momentos mas por pura distracção e ingenuidade pareceu que este movimento estava em declínio e que havia esperança no fim do túnel. Engano grosseiro. A luz que se percebia neste túnel de mistérios era apenas fogo de artifício que aqueles que podem mandam ao ar sem se ralarem com os efeitos. Para eles, desde que estejam saciados, todos os actos são perdoáveis.
A emigração é de facto uma facada nas costas do país. Talvez não uma facada mas mais uma dor de cabeça. Uma enxaqueca! Um destes males que só nos recordamos quando somos mais uma vez atingidos por ele. Assim,. uma vez por ano nos lembra-mos da realidade em que existimos.
Pintando um retrato da minha freguesia:
Há 50 anos atrás todos eram pobres mas todos trabalhavam. Todos eram honrados e, apesar de haver fome em certos casos, a generosidade do povo resolvia tudo. Naquele tempo, as pessoas iam para fora porque tinham de fugir das garras de Salazar. Ao mesmo tempo aproveitavam para ver o mundo. Um mundo que a vida profundamente rural não reconhecia. Iam maioritariamente para Paris onde os nossos jovens ficavam deslumbrados com a dimensão avassaladora da realidade. Não há missa, ninguém julga o outro, a libertinagem é quase bem vista e as oportunidades surgem em todos os cantos. Para quem queira trabalhar o futuro está garantido. Também em casa o estava. Talvez com muito mais modéstia mas a vida daqueles tempos era alegre e pura. Também antigamente, quem queria trabalhar não teria problemas. Não construiria uma casa de estilo europeu e não teria um grande carro mas, por outro lado, teria a sua horta, o seu emprego dentro ou fora da quinta e viveria feliz com a família, as suas romarias, tradições e cantinho de céu.
E hoje? Quais as oportunidades dos nossos jovens?
Continuando de palete na mão:
O pai é modesto e a mãe uma dona de casa como as que nunca mais se vão fazer. O jovem este nasceu entre dois mundos. O dos pais dele assemelha-se mais a idade média do que a qualquer outra coisa. O dele, por outro lado, é o da globalização. Vivendo no campo, em zona rural ou semi-rural, os ícones dele são os das grandes cidades mundiais. A sua musica é a mesma que a de qualquer nova-iorquino ou Parisiense. Assim é igualmente a sua moda, forma de falar, pensar e agir. Hoje, filhos de peixe já não sabem nadar.
Também a nível de perspectivas o fosso é esmagador. Se os pais dele eram humildes e apenas precisavam de um tecto e pão na mesa para se sentirem felizes e honrados, o filho já não. Para o filho, viver como os país viveram é sinónimo de fracasso. Na verdade não estão minimamente preparados para a dureza vida pois são completamente incapazes de fazerem os sacrifícios que fizeram os seus progenitores há poucos anos atrás mas numa realidade totalmente diferente. Para o rapaz ou moça nova, vir a ter menos que os outros é inaceitável.
O jovem depara-se a certa altura com dois caminhos. Sair da escola e estar condenado ao fracasso ou investir-se no ensino superior, esganando mais um pouco as economias da família e, mesmo assim, não ter a certeza se vale minimamente a pena. O feedback que normalizar tem é que não. As notícias são diárias e mais que conclusivas. A não ser que seja muito dotado ou tenha muita cunha, o jovem da minha aldeia nasce quase condenado a seguir o mesmo velho e penoso caminho que todos os outros.
Há cerca de 10 anos a freguesia estava viva. Havia juventude em todo o lado e organizações como o grupo de jovens, rancho folclórico e escuteiros floresciam. Ao Domingo, ainda se viam no adro da Igreja os mais tradicionalistas enquanto os restantes divertiam-se nos cafés e nas discotecas. Hoje apenas há silencio e casas vazias.
Só este ano mais uma dezena de rapazes e raparigas abandonam a terra para imigrar. Não pensem que todos eles são incultos ou "labregos". O facto é que quase todos tem no mínimo o 12º ano mas isso não vale nada. Os jovens da minha terra são educados, sabem ler, escrever, tem opinião formada mas não tem uma coisa essencial: A oportunidade. Assim, o único caminho a seguir é abandonar o país para ir fazer qualquer coisa. Sim porque qualquer coisa fora é mais lucrativo do que qualquer coisa aqui. Como podem não se sentir atraídos estes jovens quando os seus amigos de infância voltam ao fim de 2 anos ostentando riqueza superior há que podem aspirar em talvez toda a vida? Sim, é verdade que lá fora trabalha-se muito mais e não se tem a "qualidade de vida" (mito urbano a desmistificar urgentemente) que existe em Portugal. No entanto, mesmo aqui, se houvesse quem pagasse um mínimo aceitável, haveria quem trabalhasse e aqui ficasse feliz. O problema é que lá fora, mesmo sem ter educação nenhuma há hipótese de ter uma vida regular. Tudo o que se for capaz de fazer a mais que isso será sempre recompensado.
Recompensa! Uma palavra que não existe no dicionário da vida dos nossos rapazes e raparigas.
Estamos no fim de Agosto e sente-se no ar a tristeza. A tristeza dos que vão pois todos os anos se sentem arrancados a força, mas também a tristeza dos que ficam ou por verem os seus amigos e familiares se afastarem. Muitos também ficam tristes por não irem. Por estes dias o ar está pesado e verga o sorriso de toda a gente. Sente-se que algo não está bem e nasce em cada esquina a raiva contra o estado do país que obriga a esta coisa inconcebível: Emigrar!
Mas que país é este que nem é capaz de manter as crianças que pariu? Isso na vida real daria processos! Retiravam a criança aos país e castigavam-nos! O estado ou o que quer que seja responsável por este horrível acto de mau parentesco, deveria assim ser igualmente castigado por quem quer que fosse. Quando hordas de beleza, juventude, esperança e criatividade abandonam o pais simplesmente porque este não cumpre sequer os requisitos mínimos aceitáveis então caímos fundo. Muito fundo.
E assim a vida no Norte de Portugal. Uma região que em caso de necessidade não se vira para a sua capital. Quando o Norte está mal, o Norte vira-se para a Galiza, para França, para a Alemanha, Suíça, Luxemburgo etc. Ali, longe de tudo, sabem que existe soluções para os problemas que têm. Ali, longe de tudo e junto a tantos outros exactamente nas mesmas condições, quase parecem esquecer-se que esta não é uma situação normal. Longe dos olhos dos conhecidos e dos cheiros e cores da sua terra, não se sentem obrigados a sofrer por ela. Limitam-se a fazer de conta que não são quem são apenas para não se recordarem que o mal que os fez sair daqui ainda existe. Permanece e paira constantemente.
Voltando finalmente à questão da Honra e da hipocrisia que deriva da adjectivação com esta palavra, há que ter em conta uma coisa:
O estado, quando glorifica o papel do imigrante, quando lhe preza a coragem e as virtudes está no fundo a usar uma estratégia inconsciente (espero eu) para branquear o rotundo falhanço que é a economia e sociedade de Portugal. Facilmente podemos entender que cada desempregado que imigra e cada jovem que sai são dados transformados pelo INE como um desempregado a menos e um jovem à procura da primeira colocação a menos. A irresponsabilidade dos actos governamentais é tal que publicitam estes números como vitórias pessoais fruto de qualquer projecto guardado numa gaveta cheia de pó.
Eu gostaria de ver os números se as DEZENAS DE MILHARES de jovens que emigraram nos últimos anos voltassem...
E assim passa mais uma enxaqueca. O governo, aceitando honestamente o facto de os emigrantes serem poços de virtudes (e de dinheiro fresco) e pessoas de imensa coragem e valor tenta talvez fazer com que o facto de eles terem de abandonar a pátria não sobressaia. Pois bem, por mais monumentos que façam aos imigrantes, por mais que se promovam festinhas no mês de Agosto ou condições bancárias e de crédito especiais, não nos devemos esquecer que cada pessoa que saia para fora tem de ser vista como um falhanço dos sucessivos governos do país e uma prova da incapacidade e insustentabilidade da nação.
O mais grave é que se não somos sustentáveis não podemos existir.
Muita desgraça se vê, muitos problemas se constatam. Ainda mais situações más verificamos ou aspectos erróneos porém, nada me toca mais do que ver o país ficar vazio. Ver os pais sem os filhos, ver os cafés vazios, os recintos desportivos abandonados e ouvir este silêncio incomodativo. Sentir a raiva de quem tem de ir embora, ouvir o choro da ultima despedida.
Tudo coisas que qualquer país que se preze não deveria ser forçado a assistir. Muito menos o Norte que criou este monstro que hoje se vinga e o devora.
Esta é a sina dos Nortenhos. Ir à aventura tomando conta dos seus problemas por mais que lhes custe. Este é o meu povo! Bem que martirizado, menosprezado e reduzido à mera existência, não se coíbe de ir e voltar para mostrar que não se deixa abater.
O meu povo não chora pedindo subsídios ou se senta todo o dia ficando acomodados com a côdea e o copo de tinto diário. O meu povo pede para si o melhor possível e, se a "capital" não cria condições para o obter aqui, então não lhe pede permissão para o ir arrancar a custo lá fora.
O espírito Galaico conquista o mundo!
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Nomes Galegos
O nome Galego é sinónimo de grosseiro, sórdido e brutal. O povo Português esqueceu as suas origens comuns com o galego, e a fidalguia a sua principal proveniência.
Nas províncias do Minho, Beira Alta e Trás-os-Montes chamam-se galegas às coisas fracas, pequenas ou pouco aproveitadas, como gado, linhos, frutas, legumes, roupas, etc.
Ou seja tudo o que era de carácter miúdo e nada majestoso era logo apelidado de galego devido à rivalidade entre Portugal a Espanha!
Alguns exemplos: couve galega (que é uma couve de natureza tosca) vaca galega (dá muito leite mas aguenta pouco os trabalhos de lavoura!) linho galego (era o linho mais fraco).
_________________________________________________________
In: Braga Teófilo, 1995 - O Povo Português nos Seus Costumes, Crenças e Tradições, volume I, 3ºedição; Portugal de Perto, Publicações Dom Quixote, Lisboa pag. 91
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galego minho portugal rivalidade espanha
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
O Minho: Uma Terra Unica no Mundo!
Podem chamar-me tendencioso ou narcisista mas acredito sinceramente no que digo.
NÃO HÁ TERRA NO MUNDO COMO O MINHO.
Qualquer um pode dizer que a sua terra tem isso e que a outra não ou que aquela faz aquilo de uma maneira mais linda etc. No entanto, repito sempre a mesma coisa:
O Minho é ÚNICO em Portugal.
Já sabia isso a muito tempo. Todos olham para o Minho como a terra da alegria e quem cá vive lamenta-se de não haver dinheiro, terem de imigrar e que a vida é dura. Eu respondo que a vida é dura em todo o lado.
Qual a razão deste Post? Foi o fim de semana que passou. Abrir os olhos e perceber o que se passa à nossa volta é tão fácil quanto capaz de causar espanto.
O que se passou no fim de semana passado? Foi a exultação do Mês de Agosto, da tradição, dos imigrantes, das festas, da cor, do folclore, das concertinas, do vinho verde, da gastronomia, da religião, dos cheiros da terra, do milho, da serra e do mundo inteiro.
No fim de semana passado dei por mim a passar por uma estrada nacional durante 5 quilómetros que cruza várias freguesias. Contei 4 cartazes de festas que se iam realizar neste dia. Festas de padroeiros, recepções a imigrantes, festivais de folclore.
Saí de casa e sentia-se no ar o cheiro da lenha a preparar os churrascos e aquecer os fornos para o pão. Ouviam-se os rádios com as modas regionais a anunciar as celebrações, os familiares a rirem em casa e os cafés a transbordar de amigos nas esplanadas que insistiam em ser eles a pagar. Só no Minho é que os amigos se zangam por quererem serem eles a pagar a conta. Isso é honra a mais!
Vou à casa da minha avó. Velha casa em pedra mais ou menos recuperada onde a família inteira se reúne nas férias. As mulheres na cozinha, os homens à mesa a tratar do vinho, os filhos, sobrinhos, netos afilhados a correrem lá fora.
Bota-se o vinho na malga desde alto para ver se está azeitado e para testar a cor, espuma e pique. Roda-se o líquido à luz para ver a marca que ele deixa na porcelana branca. Prova-se à homem, ou seja, deita-se meia tigela abaixo de uma vez. Está bom? Sim! Então tira-se um presunto que estava dependurado há já alguns meses no tecto. Corta-se, vê-se a cor, testa-se o cheiro e prova-se. Está bom? Está!
E agora, vem o bolo quente do forno. Com sardinhas e toucinho caseiro. Depois tira-se a broa também quente para acompanhar um caldo verde todo feito com ingredientes da terra. Tudo sabe à terra. O cheiro que está lá fora funde-se com a comida e o ambiente. Tudo faz sentido.
Para sobremesa há ameixas e laranjas das fruteiras da poça e um bagaço feito no alambique ilegal do vizinho. E ilegal mas este não engana ninguém. Faz o bagaço com as nossas uvas e a nossa lenha. Sabe à nossa quinta e é comido pela nossa gente e aos que quiserem comer. No Minho se chega para 20 chega para 50. Só temos que sacar mais um presunto e umas chouriças, chegar lume à agua ardente, tirar mais uma broa do forno e pronto. Mais uma alma satisfeita.
E isso é apenas uma casa numa aldeia de um concelho da região.
Para digerir vai-se a pé pelo caminho de paralelos graníticos ornamentado por videiras altas e milherais mais altos que qualquer homem. Passa-se a mão pelo valado, tira-se uma flor que se coloca no canto da boca. Respira-se fundo e o ar húmido dos regadios penetra até acordar a alma e as suas memórias esquecidas. Cheira agora a uvas americanas. Um aroma tão rico que põe toda a gente à procura de qual vide nos abençoa com ele. Trepa-se um pouco, um cacho a cada um e continua-se a caminhada cuspindo os bagos açucarados vazios.
Ouvem-se os tios a falar com pronuncias que já não existem usando palavras de outrora sobre os nomes que se davam a terras que desapareceram e famílias que já lá não vivem. Falam também das porradas que davam, das coças que levavam e das moças que amaram na mocidade deles. Lembram-se do espigueiro que ardeu naquele ano e do moinho que havia num ribeiro que hoje está enterrado e encanalizado debaixo das terras.
Chegando ao adro da igreja é se contemplado com certamente mais de uma centena de elementos de vários ranchos folclóricos. Assim, de num relance ajudado pelo vinho, quase acreditamos que estamos no passado. Aquela moça loira sentada na pedra em frente ao jardim da igreja, com os seus brincos d'oirados e a sua saia colorida, o xaile que lhe define as linhas da cara e aumenta a inacessibilidade atinge-nos no coração. Mais doloroso é ainda voltar a realidade quando um carro topo de gama de placa estrangeira passa com musica barata.
Vê-se o espetaculo e ouvem-se as honrosas menções ao delegado da câmara municipal que se apressa por ter mais dois eventos do género aos quais presidir.
Voltamos para trás para a tasca de um familiar. Ouve-se ali também as concertinas que um rapaz novo manobra habilmente sob a inveja de muitos... Canta-se, pronunciam-se quadras centenárias e chama-se a velhinha que só ela consegue cantar o esganiçado de antigamente. Ri-se até quase chorar com as desgarradas.
Saio para ir buscar um amigo apeado. Passa-se por outro festival folclórico onde ele está. A família dele que, inevitavelmente são amigos e relativos oferecem comida. que recuso prontamente. Antes de ir aprecio mais um pouco os interpretes do espetaculo comparando-os com os que estavam na minha freguesia.
Saímos para a cidade por overdose de genuinidade. Braga, capital da região mais linda de Portugal é o destino rapidamente alcançado. Mais música no centro, mais folclore e mais gente feliz.
Finalmente, sobe-se a serra, por sorte à meia noite, e olho para o vale. Dezenas de sessões de fogos de artificio irrompem das agora iluminadas aldeias. Uma explosão excêntrica de cor ilumina o caminho. Um aqui, outro acolá. Olha para este, mira acoloutro!
E isso é só o resultado de algumas festas de algumas aldeias num fim de semana do mês de Agosto num concelho da região.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Cantiga Mirandesa: Galandum
Galandum, galandaina,
la madre la Biscaia
Cu las tres traseiras,
Cu las delanteiras.
Dá-me la mano isquierda,
Yo dou la dereita;
Reda-te atrás,
Faz-me la reb`rência.
Ai, no, no,
Que me dá lá vergonha.
Ai, que manda el-rei,
Que manda la justiça,
Essa bailadeira
Que se caia con la risa,
Que se caia,
Que se caia.
Vai, que manda el-rei,
Que manada o regidor.
Essa bailadeira
Que baila al redor,
Al redor,
Al redor.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Terapias Milenares Alternativas!
Tudo promessas de terapias milenares para os mais diversos fins!
Já me começo a fartar destas mariquices!
Então e as nossas termas? As nossas águas e banhos termais?
Ficam para testemunhar uma época turística que marcou o nosso país, especialmente o Norte de Portugal?
E o nosso passado termal? Que ligação mantemos hoje em dia?
Fiquem sabendo que os nossos antepassados castrejos já construíam e frequentavam ritualmente este banhos, muito antes dos inoportunos romanos terem-se cá estabelecido!
São mais de trinta as termas em todo o país, só no norte são cerca de dezena e meia!
Ninguém liga, ninguém conhece, ninguém quer saber porque isso é só para velhos!
Pois, das vezes que experimentei um banho nessas maravilhosas águas, desliguei deste mundo e disse para mim mesmo: «que desperdiço de bem-estar que todos andamos a perder»!
E das muitas vezes que senti aquelas águas correrem-me pela goela abaixo, fortaleci!
Era costume, depois de umas noitadas na zona da Ponte da Barca e Arcos de Vadevez, irmos de madrugada às águas termais de Lóbios na fronteira de Portela do Homem!
Naquelas águas era como se estivéssemos deitados nas nuvens!
Olhem à vossa volta e ATINEM!
Etiquetas:
termas terapias alternativas milenares
sábado, 9 de agosto de 2008
Novelas do Minho
Reflexo de uma região, são as Novelas do Minho em que Camilo Castelo Branco faz um retrato impiedoso do País.
O escritor viveu os últimos 26 anos em S. Miguel de Ceide (Vila Nova de Famalicão), é sobre as gentes minhotas e as suas paixões que se debruça.
Ele própio apaixonar-se-á pela terra de Ana Plácido - em Vinte Horas de Liteira chama mesmo ao minho «o espectáculo prodigioso que faz amar Portugal».
há um certo espirito do Norte presente na história do romance português do século XIX que Mário Cláudio explica numa penada.
«A grande tradição novelística dessa época tem uma atmosfera nortenha, porque o Norte era mais representativo, na altura, daquilo que podemos chamar de portugalidade» defende o escritor de 66 anos.
«Perante uma Lisboa toscamente cosmopolita e imitativa de Paris, o Norte continuava genuíno»
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Ruela Rosa, Revista Visão nº805, 7 de agosto 2008, pag. 89
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
1 de Agosto: a tradição de beber bagaço!
Nos primeiros raios de sol, é tradição na freguesia de Aboim da Nóbrega, concelho de Vila Verde, distrito de Braga, beber um caliçe de bagaço em pleno jejum.
Sejam idosos, mulheres e crianças o costume é orgulhosamente comprido pela população, especialmente nas antigas "vendas" ou tascos da freguesia!
Este ritual serve para afastar o mau olhado, as bruxas e trazer saúde fisica e espiritual!
Saude!
Sejam idosos, mulheres e crianças o costume é orgulhosamente comprido pela população, especialmente nas antigas "vendas" ou tascos da freguesia!
Este ritual serve para afastar o mau olhado, as bruxas e trazer saúde fisica e espiritual!
Saude!
A Gaita de Fole - A verdadeira Herança
Começou já há algum tempo a época festiva do Norte de Portugal e de todo o país. Arraiais, festas dos padroeiros das aldeias, recepções aos imigrantes, romarias e até simples convívios de verão.
Todas estas tem um denominador comum: A Concertina. Diz-se que é Rainha! De facto é mas, não devemos esquecer que nem sempre o foi. Quando se diz que é linda a tradição não podemos desdenhar a ideia de que esta é uma tradição muito recente. Uma fracção de segundos atrás no relógio da existência do ser humano e esta já não seria ouvida em lugar nenhum.
A verdadeira rainha tradicional que tem uma ascendência que nos remete a milénios (!!) atrás é a GAITA DE FOLE!
A gaita não é um exclusivo dos povos atlânticos e ditos descendentes dos Celtas. Não há maior disparate pois a Gaita é comum a uma pluralidade de etnias, povos e continentes. Tão pouco existem só as Irlandesas ou Escocesas como também existem as Galegas, Transmontanas ou Setubalenses.
Todas diferentes mas todas iguais.
Se quiserem ir buscar fundo na alma os sons do passado, a Gaita de Fole é o instrumento certo. E ela que invoca as nossas mais esquecidas origens. Suscita mistérios e o seu som mistura-se com a Natureza e a tradição.
Aprender Gaita de Fole é um maior contributo para o nosso património cultural do que qualquer investimento ou inauguração que o governo e as entidades nacionais possam promover!
Todas estas tem um denominador comum: A Concertina. Diz-se que é Rainha! De facto é mas, não devemos esquecer que nem sempre o foi. Quando se diz que é linda a tradição não podemos desdenhar a ideia de que esta é uma tradição muito recente. Uma fracção de segundos atrás no relógio da existência do ser humano e esta já não seria ouvida em lugar nenhum.
A verdadeira rainha tradicional que tem uma ascendência que nos remete a milénios (!!) atrás é a GAITA DE FOLE!
A gaita não é um exclusivo dos povos atlânticos e ditos descendentes dos Celtas. Não há maior disparate pois a Gaita é comum a uma pluralidade de etnias, povos e continentes. Tão pouco existem só as Irlandesas ou Escocesas como também existem as Galegas, Transmontanas ou Setubalenses.
Todas diferentes mas todas iguais.
Se quiserem ir buscar fundo na alma os sons do passado, a Gaita de Fole é o instrumento certo. E ela que invoca as nossas mais esquecidas origens. Suscita mistérios e o seu som mistura-se com a Natureza e a tradição.
Aprender Gaita de Fole é um maior contributo para o nosso património cultural do que qualquer investimento ou inauguração que o governo e as entidades nacionais possam promover!
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