Ponte do Lima belhinha
Minha terra, meu encanto
És princesa, és raínha,
Do Lima que te quer tanto
Já cheira às Feiras Novas...
Já sou mais como um calendário das festas do que um participante activo deste blog. Hoje venho cá escrever sobre maior de todas elas!
É já este fim-de-semana!
Estas festas tradicionais em honra de Nossa Senhora das Dores, mais conhecidas por “Feiras Novas”, foram criadas em 1826 pelo rei D. Pedro IV, tendo ficado populares por este nome para as distinguir das feiras quinzenais - as mais antigas do país! – ja mencionadas no foral concedido por D. Teresa a 4 de Março de 1125.
Ao contrário das feiras velhas, que têm a duração de apenas um dia, as Feiras Novas
têm duração de 3 dias e são realizadas no 3º fim de semana de Setembro.
No entanto, para quem lá vai, sabe que os três dias marcados no cartaz são uma síntese do que é no fundo, uma semana de festa... Até porque o frenesim começa logo na Quatra-Feira anterior (hoje, portanto) com o Encontro de Tocadores de Concertina da Vila, evento relativamente novo que foi criado com o reavivar do instrumento. As animações continuam por Quinta-Feira até chegar à noite dos fados, Sexta-Feira, sendo que todos os dias é possivel ouvir a concertina e os cantares pelas ruas da antiga vila!
O grande dia da festa, ou digamos, o mais profano, será Sábado, onde a afluência de gente é inimaginável. Isto, claro, devido ao aparecimento do veículo automóvel, pois antes passavam-se todos os dias na festa, sem regressar a casa, pois ir e vir a pé para quem, como os meus antepassados, morava longe, tornava-se cansativo. Mas, como estava a dizer, é neste dia onde a festa atinge o seu pique, depois do Cortejo Etnográfico (das freguesias) à tarde, chegam as Rusgas, á noite! Concertinas, cantares ao desafio, cavaquinhos, danças, reques, bombos, ferrinhos, castanholhas, cantigas centenárias, uma amostra do que corre no sangue minhoto, ou como alguns cá por baixo (por Lisboa) lhe chamam, a Alma Minhota! Só quem la vai pode sentir...
Chega então o Domingo, com a sua Noite do Fogo, na velhinha Ponte! Mas trás tambem o Cortejo Histórico e mais tarde, o Festival de Folclore no Campo do Arnado e na Praça Paço do Marquês (este ano com todos os grupos presentes, incluindo o de Lisboa e o de França).
Em todas as festas há (pelos menos) um dia dedicado à Igreja, em Ponte de Lima esse dia é a Segunda-Feira, feriado municipal. Onde se dá uma imponente procissão em honra da santa venerada, a Senhora das Dores! É incrível ver ainda a grande afluência de pessoas, depois de várias noitadas, mostrando o outro lado do ‘ser’ Minhoto. O lado religioso.
Saliente-se ainda, no fim do dia, a actuação de um grande grupo de música de raíz tradicional, os Quatro Ventos.
Quem poder ir, vá. E verá que isto não são apenas estórias...
Tenho a minha concertina preparada, pois daqui a umas horas rumo a casa! Ao Cerquido e a Ponte de Lima!
Vivam as Feiras Novas!
PS: Quem quiser ver o programa, pode fazê-lo aqui:
http://www.cm-pontedelima.pt/pagina/imagens/FNProg2008.pdf