quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O nosso ano novo...

O ano novo é mundialmente festejado a 1 de Janeiro por motivos puramente ocasionais.

Bastou uma decisão arbitrária para que uma civilização adoptá-se, à luz de falsos pressupostos, este dia como o inicio de um novo ano.

Por decreto de Júlio César em 46 AC, dedicou-se a Jano (daí Janeiro) o Deus dos portões e Deus com 2 faces, este marco temporal que viria a ser, por influencia cultural do velho continente, o momento associado por grande parte do planeta como o dia dos mais exuberantes festejos.


Hoje, mesmo os países e culturas que não respeitam esta imposição, vêem-se envolvidos na mesma nestes festejos despropositados e completamente desajustados. A verdade é que pouco podemos fazer para os evitar e nem sequer o devemos. De facto, desta forma, temos um dia em que grande parte do Mundo se une numa celebração. E isso é louvável e talvez até mais importante do que o que a primeira observação pode sugerir.

No entanto, se pesquisarmos as nossas origens podemos definir vários outros dias que podem ter muito mais validade no que toca a celebrações de transição anual.

Uma delas, é a seguinte:

Como muitos sabem, o nome da Galiza e dos Galegos de ambas as margens do rio Minho teve origem na cidade do Porto:

"Em quanto à etimologia, a teoria mais consolidada (de Higino Martins, 1990) indica que Galiza procede da raiz indo-europea kala (‘refúgio, abrigo'), que passou às línguas gaélicas como gall (mãe, terra). Esta teoria é aliás coerente com as que vinculam o étimo à Deusa Mãe dos celtas, Cal-Leach, como ao radical já latinizado Cale, de cuja análise se identificam os significados de pedra', ‘ ‘rocha' ou ‘duro' em coerência com a orografia granítica sobre a quais se assentavam estes clãs."


"Para o historiador português
Fuco O'Sores, os celtas do Douro seriam os cal-leic-us, isto é, os ‘filhos da deusa Cal-Léac', cuja referência se encontrou numa inscrição na forma de calaic ia no lugar da Sobreira, perto do Porto"

Assim, e como era costume fequente dos Romanos atribuir ao povos conquistados os nomes dos seus Deuses, obtemos Cal-Leach como a padroeira da nação Galaica. Neste caso em duplo sentido pois se fomos baptizados com o seu nome, o próprio significado dele diz tudo: Callaicos - Filhos da Terra Mãe!

Ora bem. Tendo em conta esta já usada explicação etimológica, podemos concluir que o nosso ano novo deverá ser o dia do nascimento de Cal-Leach da mesma forma que o Natal e o nascimento de Jesus está intimamente ligado ao fim de ano cristão.

No caso de Ca-Leach, a época a que se refere demonstra uma óbvia ligação ao Outono que, acabando, marca o término da época das colheitas. A natureza, agora, recolhe-se dando origem a um novo ciclo, um novo ano, à infância mais primitiva da natureza no seu estado virgem e inicial...

Pesquisando sobre a Deusa Mãe do panteão Céltico surgiu a seguinte indicação:

" Cailleach Beara (irlande)

Déesse celtique (de l'Irlande) représentée comme une vieille sorcière. On dit qu'elle se transforme en pierre tous les 30 avril (Beltine) pour renaître chaque 31 octobre (Samhain).

Autre nom : Cailleach Bheur. "

E então fácil concluir que o dia de "Halloween" (31 de Outubro), esta popularizada e comercializada festividade pagã, onde a imagem da "vieille sorcière"(Velha Bruxa) é o seu ìcone mais representativo, é para os Galegos de todo o mundo a verdadeira festa étnica de fim de ano.

No próximo dia 31 de Outubro, percam uns minutos a reflectir sobre isso. Sobre esta velha Dinvindade há muito esquecida do povo. Uma Deusa que nos deu o nome e que é celebrada inconscientemente por milhões de pessoas bem que quase sempre não tem razão para tal.

Nòs Galegos, pelo contrário, temos uma razão muito forte para o fazer. No dia de Venus que se apróxima festejem então da forma que quiserem (desde que o façam) o dia da nossa padroeira que é nossa madrinha de "Baptismo" espiritual!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vinho Verde - O nosso Sangue!


Abordagem histórica


Por aqui se estar a falar de minifúndios agrícolas, não posso deixar de referir o cultivo da vinha nas terras Galaicas!

Foi no Noroeste, no coração mais povoado de Portugal que a densa população cedo se espalhou pelas leiras de uma terra muito retalhada.

Porque o meio era favorável não é de estranhar que aqui se encontrem desde milénios vestígios do ser humano.

Se existem dispersos por toda a região espólios do homem paleolítico e neolítico, é nas idades mais recentes do cobre e na transição para o ferro que vamos encontrar as primeiras marcas da sua presença.


A distribuição dos monumentos megalíticos existentes, ou presumíveis pela toponímia local perdurável até aos nossos dias, e a difusão das povoações Castrejas são uma prova fundamental da sua permanência nesta região.

Mas é com a ocupação romana e celta, que se iniciam as bases históricas duma civilização social, política, económica e administrativa neste noroeste peninsular.

Bracara Augusta (= Braga) foi o pólo principal desta nova civilização e Portus Cale (= Porto) seria o porto costeiro, trampolim para as comunicações marítimas.

Logo na primeira fase da reconquista que expulsou os mouros desta Região, os guerreiros cristãos arrastariam na retirada a maioria da população.

No repovoamento seguinte, perante a quase total ruína das cidades, a ocupação do solo fez-se primeiro pelas vilas e vilares (freguesias rurais) e depois, à medida que a reconstrução prosseguia, pelos burgos (cidades).

Braga, antiga capital, e Portus Cale distinguem-se nessa fase de repovoamento.

Os romanos transplantariam para aqui o regime agrário da Villa, que se constitui por um grande prédio, delimitado e dividido em sub-unidades.


Numa delas residia o senhor, o Dominus, que a explorava com os seus servos, outras eram arrendadas e cultivadas por lavradores mais ou menos livres.

Sabe-se que desde o século III a.C. se cultiva com alguma regularidade a vinha no território correspondente ao actual Entre-Douro-e-Minho.


Viticultura promissora

A partir do século XII existem já muitas referências à cultura da vinha cujo incremento partiu da iniciativa das corporações religiosas a par da contribuição decisiva da Coroa.

A viticultura terá permanecido incipiente até aos séculos XII-XIII, altura em que o vinho entrou definitivamente nos hábitos das populações do Entre-Douro-e-Minho. A própria expansão demográfica e económica, a intensificação da mercantilização da agricultura e a crescente circulação de moeda, fizeram do vinho uma importante e indispensável fonte de rendimento.

Embora a sua exportação fosse ainda muito limitada, a história revela-nos, no entanto, que terão sido os «Vinhos Verdes» os primeiros vinhos portugueses conhecidos nos mercados europeus (Inglaterra, Flandres e Alemanha), principalmente os da região de Monção e da Ribeira de Lima.


Segundo o Visconde de Villarinho de S. Romão, num excerto da sua obra O Minho e suas Culturas, escrevia que:

«... as exportações, principalmente as do Minho, datam de ephocas bem mais remotas que muitos julgam, sendo iniciadas pelos pescadores do Norte, que desde tempos immemoraveis exerciamsua arriscada industria nas costas da Gran-Bretanha.

Os portuguezes, como primeiros navegadores, foram os que na Europa firmaram a nova orientação commercial, referindo auctorisados escriptores que muito antes dos tratados firmados por Eduardo III, em 1353, já os portugueses traficavam em vinhos com a Inglaterra».

Com o florescimento das relações comerciais entre Portugal e a Inglaterra, durante o séc. XIV, após a Guerra dos Cem Anos, o nosso país já exportava vinho. Com a assinatura do Tratado de Windsor, em 1396, foram criadas as condições propícias à actividade comercial.

E terá sido por Viana do Castelo que se iniciou o tráfico de vinhos oriundos de Monção e da Ribeira Lima, durante o reinado de D. Afonso IV, mais precisamente por volta do ano 1353. Rumavam à Terra Nova e eram trocados por bacalhau.

Nesse tempo, a fronteira portuguesa seguia ao longo do rio Minho até perto de Ourense, o que justificaria o que o cronista Duarte Nunes de Leão escreveu «os riquíssimos vinhos de Monção e Ribadávia, como bebida de nobres».

O Vinho Verde servido na Grã-Bretanha era celebremente conhecido e Orey – sendo esse o nome que os britânicos davam ao Vinho Verde.


E esse vinho foi, indubitavelmente, o vinho verde de Monção - eager wine – mas não o actual Alvarinho, pois era vinho tinto ou, antes, clarete, devido às castas pouco tintureiras.

Depois da Restauração de 1640 e com a perda da margem de Ribadávia, assiste-se a uma diminuição da exportação pela barra de Viana a ponto de desinteressar os próprios ingleses.

O certo é que as firmas britânicas que mantinham o comércio de Viana e do Porto foram-se fixando no Douro e abandonando a região de Monção, ainda que continuassem a levar alguns dos melhores vinhos desta Região para uma clientela mais exigente.


100 anos de Região Demarcada de Vinhos Verdes!

A orientação para a qualidade e a regulamentação da produção e comércio do «Vinho Verde» surgiriam no início do século XX, tendo a Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908 e o Decreto de 1 de Outubro do mesmo ano, demarcado pela primeira vez a «Região dos Vinhos Verdes».

Questões de ordem cultural, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas obrigariam à divisão da Região Demarcada em nove sub-regiões: Monção, Lima, Cávado, Basto, Ave, Sousa, Amarante, Paiva e Baião.


De entre todas as regiões vitícolas espalhadas pelo Mundo, a Europa é aquela que apresenta maior extensão e a que guarda maior tradição desta cultura. Desde a antiga civilização grega ao império romano, ela faz parte da vida, da história e das tradições de países como a França, Espanha e Portugal.

Actualmente, são conhecidas cerca de 8.000 variedades de vinhos em todo o mundo.

Motivo de grande significado à escala mundial, foi a aceitação do relatório de reinvindicação da Denominação de Origem «Vinho Verde», apresentado ao OIV - Office International de la Vigne et du Vin -, em Paris (1949), e posteriormente, o reconhecimento do registo internacional desta Denominação de Origem pela OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual, em genebra (1973).

Como se deve imaginar, os Vinhos Verde são únicos no mundo!


É, contudo, compreensível que descubramos na cultura da vinha e na produção de vinho, mais de que uma actividade e um complemento económico familiar, a manifestação de um cerimonial, uma atitude de identificação cultural e afirmação social, em que o vinho produzido assume papel de um verdadeiro cartão de visita que pretextua longas conversas e se dá a provar aos amigos...

Saúde!

http://www.vinhoverde.pt/default.asp

Zixsix

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Minifúndios - A nossa definição socio-cultural!


Minifúndios.

Que palavra estranha... Já todos ouvimos falar dela mas qual será exactamente o seu âmbito? O que quer ela dizer ao certo?...

Bem, os Minifúndio são uma marca extremamente distintiva do Norte de Portugal e normalmente associada ao Minho pois é aí que ainda se conseguem observar as repercussões sociais, políticas e culturais deste conceito.

Por definição no dicionário, "Minifúndio" quer dizer: Pequena propriedade rural em oposição ao "Latifúndio".

Pronto. Está definido. Sim mas...

Mas de facto há muito mais conversa a ser feita através desta palavra. Esta palavra é um ícone etnográfico do Norte de Portugal. Através dela podemos perceber melhor toda a nossa cultura e sociedade...

Como??

Bem... Os Minifúndios nasceram com o término do regime feudal. A divisão sucessiva (por herança das grandes propriedades) levaram a que o Norte fosse marcado por esta característica manta de remendos.

Ao contrário das terras do Centro e Sul, a extrema fertilidade da nossa região permitiu que com um pouco de terra se pudesse produzir uma agricultura de subsistência capaz de alimentar famílias tradicionais e ainda de produzir excedentes para vender nas feiras.

Pode parecer simples mas quem tiver consciência do que era a vida rural nos tempos pré-industriais terá de se espantar com a riqueza extrema do território e a aptidão divina do nosso clima para permitir estes "milagres" da multiplicação.


Esta fertilidade e o regime de privacidade tanto como propriedade dos minifúndio traçaram marcas profundas na cultura do nosso povo pois, como disse um porf. Catedrátido da Univ. do Porto (não me recordo do nome) num programa de rádio:

"Na nossa terra nunca ninguém precisou de ninguém. A sociedade defendia a sua propriedade com unhas e dentes pois não dependiam das ajudas externas. Por isso, matava-se com uma sacholada quem comesse um cacho de uvas ou colhesse indevidamente umas castanhas. Isso é um contraponto por exemplo com os países nórdicos que, pelo contrário, tinham de se unir para sobreviver à mãe natureza."

Continuou ainda com:

"Assim, esta cultura de orgulho desmedido e vontade de querer fazer sozinho tornou-se o maior mal político do Norte de Portugal. Os países Nórdicos, aqueles que culturalmente se basearam na união e entreajuda, não são os mais desenvolvidos por acaso..."

De facto... Esta foi uma revelação que faz todo o sentido do mundo. Os casos Braga - Guimarães, Viana do Castelo e o resto do Alto Minho e, no passado, Viana do Castelo - Braga, são o perfeito exemplo desta mentalidade.

Esta cultura entranhada no sangue e nos hábitos de depender de si próprio não é compatível com os dias de hoje. Esta apenas é valiosa na paisagem rural pois fez do Norte o Jardim de Portugal. Para muitos paisagistas o Minho é por exemplo um perfeito exemplo de paisagem "Bocage" ao nível da Toscânia e Bretanha.



Ainda há pouco um jornal desportivo teve um artigo de sensatez rara. Citando parte dele:

V. Guimarães - Sp. Braga (19h30, SportTV2)
Minho em ebulição

Consumidos na medida certa, defeitos como o egoísmo e a inveja só podem dar bons resultados, e o Minho, o tal paraíso dos minifúndios, serve de prova.

Minhoto que se preze raramente gosta de partilhar a mesma parede com o vizinho, daí que a primeira coisa que faz antes de qualquer outro tipo de construção é delimitar bem o seu terreno, por mais pequeno que seja, com muros deixando bem claro que ali é expressamente proibida a entrada de estranhos. Só mais tarde, bem no meio das fortificações, é que nascem casas.

O curioso desta prática ancestral é que ninguém padece de solidão, porque o minhoto até gosta de se cruzar em festas.

Tantos muros sugerem um absoluto alheamento, parece que uns se estão realmente nas tintas para os outros, mas, na verdade, todos sabem da vida uns dos outros numa lógica de imitação que resulta num espírito empreendedor sem igual.

Assim, quando ouvirem falar em minifúndios lembrem-se que esta palavra é talvez a que define da melhor maneira o Norte de Portugal. Tanto a paisagem como, as terras, a mentalidade, cultura e casmurrice política.


Os nossos dirigentes são teimosos e insistem em querer o mesmo tratamento que o seu vizinho mesmo que não faça sentido absolutamente nenhum. Por ex, assisti a um relatório de uma reunião da câmara municipal de Guimarães onde uma vila demandou a construção de piscinas municipais porque a outra tem um rio a passar por lá e eles não...

Ou então o falido IPVC ter recusado fazer parte da UM por orgulho do vereador Vianense que insistiu em ter a sua própria academia sem se preocupar com a mais valia que seria para a região e seus alunos criarem a maior universidade do país...

Também posso recordar o triste exemplo da recusa de Guimarães em fazer parte da região de turismo do Verde Minho por receio da má divisão de verbas por Braga. Assim criou uma ilha ridícula chamada "Zona de Turismo de Guimarães" que nada tem para mostrar para além de um centro histórico e hipotecando o desenvolvimento da indústria turística desta parte do Minho.

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Resumindo o Minifúndio somo todos nós. E o lavrador a competir com o vizinho para ver quem mais produz, são os vizinhos a roubar a água uns aos outros, as mulheres a cuscar a vida uma das outras e a mostrar que são melhores na lide da casa que a competição, os políticos a querer fazer ver que a sua vila ou concelho é mais e melhor que aquele e os caçadores a envenenar os cães do colega para que ele não possa se gabar no café.

No entanto, apesar de isso tudo, o que nos torna especiais é a capacidade de, quando é preciso, erguermos-nos acima destas rivalidades. Por isso é que os trabalhos rurais eram comunitários, as romarias cruzavam todas as terras sem discriminação e, quando falam da terra falam do Norte com0 um só!

Para finalizar, fica uma citação do artigo antológico de Miguel Esteves Cardoso em que consegue demonstrar que apesar da rivalidade e orgulho, o Nortenho ascende acima de isso tudo e demosntra que o seu coração sabe a verdade. Sabe que somos um povo!:

" Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita..."

Visão Minifundiária do Poder Politico Galaico!

Os apoios comunitários foram e são vistos como uma importante alavanca para o desenvolvimento económico social das regiões Galaicas.

Apesar dos milhares projectos e candidaturas aos apoios comunitários por parte dos nossos poderes locais aos anteriores quadros comunitários, a grande maioria apresentou resultados insiginficantes e irrisórios a todos os níveis e nas mais diversas matérias de actuação!

Isto claro atendendo ao montante das verbas investidos em proporção ao ganhos e níveis de desenvolvimento sustentável obtidos.

Tudo por falta de união dos poderes locais, falta de visão estratégica a nível local, regional, nacional, europeu e global, falta de prioridades, etc etc

Possivelmente não serei a melhor pessoa para discutir estes assuntos porque requerem bastantes conhecimentos e acima de tudo envolvimento nestas matérias... Mas tenho a perfeita certeza dos principais prejudicados: o povo e toda a região Norte!

Aqui fica um exemplo significativo.


Está formalmente constituída a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, numa cerimónia marcada pelos muitos “recados” ao único município do distrito que fica de fora desta associação, o concelho de Viana do Castelo.

O presidente da Valimar, Francisco Araújo, sublinhou que, por vezes, “é preciso ceder para ganhar”, Rui Solheiro, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, afirmou que é chegada a altura de “acabar com a mentalidade de minifúndio”,acrescentando que a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho vai continuar “de portas abertas” para receber Viana do Castelo. “Mas que não é por isso que vai deixar de fazer o seu trabalho”. Recorde-se que a sede desta comunidade, que reúne nove dos dez municípios do distrito, fica instalada em Viana do Castelo, no Santiago da Barra.

À margem da cerimónia o secretário de Estado da Administração Local garantiu que a gestão descentralizada dos fundos comunitários caberá unicamente às associações municipais e “não haverá contratualização unilateral” com as autarquias que decidirem permanecer isoladas, como Viana do Castelo.

“As únicas entidades que procederão à gestão descentralizada do quadro comunitário serão as associações de municípios” pelo que “não haverá concursos específicos ou contratualização unilateral com quem não estiver integrado nessas associações”, explicou Eduardo Cabrita.

“Acreditamos que é à escala regional que é possível melhor identificar quais são os projectos estruturantes para a região”, acrescentou, sublinhando que as associações de municípios serão “parceiros” que o Estado sempre auscultará antes de avançar com esses investimentos.

“A lei é democrática, foi aprovada pelo Parlamento, correspondendo ao que é uma velha aspiração de descentralização democrática e afirmação de uma segunda geração do poder local democrático”, afirmou.

Disse ainda que esta lei significa “uma viragem de página”, que acabará com “duas tradições responsáveis pelo atraso do desenvolvimento do País: o centralismo e o bairrismo de vistas curtas”.

“O bairrismo é um aliado do centralismo”, salientou.

No caso do Alto Minho, a Comunidade Intermunicipal criada terá para gerir um bolo de 70 milhões de euros do Programa Operacional Regional do Norte.

Defensor Moura já disse que 18 por cento desta verba está prevista para Viana do Castelo e manifestou-se convicto de que o município não perderá esse dinheiro, mesmo ficando de fora da Comunidade Intermunicipal.

No entanto, Eduardo Cabrita garantiu que “não há qualquer verba afecta a qualquer município” em particular.

Moura: Lei do associativismomunicipal cria “uma monstruosidade” no distrito
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura (PS), já reagiu e acusou o secretário de Estado da Administração Local, Eduardo Cabrita, de ter criado “uma monstruosidade” com a nova lei do associativismo municipal.

“Uma lei pode ser muito perfeita, muito bem imaginada pelo senhor secretário de Estado e pela Associação Nacional de Municípios mas, quando produz a monstruosidade que é a sua aplicação no distrito de Viana do Castelo, é uma lei que envergonha quem a fez”, referiu Defensor Moura.

O autarca não se conforma com o princípio de representatividade “um município, um voto” previsto na lei e, por isso, recusa a integração de Viana do Castelo na Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, constituída oficialmente pelos restantes nove municípios do distrito.

Moura alega que, com aquele princípio, “os seis municípios mais pequenos [do distrito], apesar de terem em conjunto bem menos de um terço dos eleitores, ficam com maiorias absolutas no Conselho Executivo e na Assembleia Intermunicipal, podendo tomar todas as decisões e assumir compromissos da Comunidade, à margem da vontade dos representantes de mais de dois terços dos eleitores”.

“Paradoxalmente, para responder pelas despesas de pessoal e pelas eventuais dívidas da Comunidade, a estranha proposta legislativa propunha que tais encargos fossem divididos de acordo com a população residente em cada um dos municípios”, acrescenta. Defensor Moura só aceita a integração na Comunidade se a representatividade de cada município for proporcional ao seu peso populacional. Defensor Moura reiterou que o município não deixará de receber uma fatia deste bolo, considerando que a verba está reservada para a área do Alto Minho “e não para quem vai gerir” a Comunidade Intermunicipal.

“O senhor secretário de Estado [Eduardo Cabrita] não tutela os fundos comunitários e não deve estar muito bem informado sobre os montantes envolvidos para as autarquias da região Norte”, disse.

“Por isso, os comentários dele valem o que valem”, rematou Defensor Moura.

PSD reforça posição com as afirmações do secretário de Estado em Viana do Castelo

A oposição à Câmara socialista de Viana do Castelo já se manifestou em relação aos recados deixados pelo Secretario de Estado da Administração Local, Eduardo Cabrita pela não adesão à comunidade Intermunicipal, que esta Quarta-feira ficou formalmente constituída, numa cerimónia realizada no Castelo Santiago da Barra. Eduardo Teixeira, presidente da Distrital do PSD diz que ainda espera que Defensor Moura, presidente da autarquia “coloque à frente de tudo os interesse do concelho e do distrito”.

Também a Comissão Politica Concelhia do PSD de Viana do Castelo, diz partilhar da posição do Secretario de Estado, Eduardo Cabrita ao alertar, “que o QREN é um grande desígnio estratégico na qualificação dos Alto Minhotos, num panorama de valorização da igualdade de oportunidades, considerando fundamental a integração de Viana do Castelo”. António Amaral reafirma que “esta atitude da autarquia de Viana é um grave erro político”.

Rui Solheiro é potencial candidato à presidência

A presidência da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho poderá vir a ser assumida por Rui Solheiro, o autarca de Melgaço e actual presidente da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho e da Federação Distrital socialista. De acordo com uma fonte ligada ao processo, os dois lugares da vice-presidência da associação poderão vir a ser divididos entre o social-democrata Francisco Araújo, presidente da Valimar e da Câmara de Arcos de Valdevez, e o autarca do CDS-PP de Ponte de Lima, Daniel Campelo.

Rui Solheiro diz apenas que, nesta altura, “todos são candidatos” à liderança da Comunidade Intermunicipal, mas não tem dúvidas de que, na altura da eleição, vai haver consenso entre os nove autarcas do distrito.

A data da eleição ainda não foi agendada, devendo ser feita na primeira reunião após a constituição formal da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho. Uma reunião que, tal como a lei determina, só será agendada depois da publicação, em Diário da República, da constituição da Comunidade.

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http://www.falcaodominho.pt/jornal/index.php?edicao=123&nid=4657

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Gastronomia dos Antigos!


Felizmente cada vez é mais frequente a realização de feiras tradicionais. Artesanato, Vinho, Gastronomia e Folclore são elementos clássicos destes pequenos eventos que animam as cada vez mais descaracterizadas cidades da nossa nação Galaica.

Porém, uma certa "comercialização" destes eventos já surge pois, sempre que cheira a dinheiro e publicidade, o mundo " Corporate" arranja forma de se colar a estes. Desta forma, podemos seguir as feiras de artesanato pelo país fora que a maioria dos artesãos são os mesmos. Por vezes, rompe-se até com a fidelidade histórica da representação para desespero daqueles que tem tempo e paciência para fazer valer os dois dedos de testa que tem.

Exemplificando, surge-me assim de repente a feira romana anual de Braga. Não chegasse a heresia de ver uma cidade prestar vassalagem ao invasor 2000 depois, há ainda que ter em conta disparates como os de atribuir espaços para tendas e vendas com a temática Mozárabe e Muçulmana. Mas enfim... Só mesmo loucos para perder tempo a criticar a mistura de 2 civilizações completamente distintas tanto no espaço como no tempo...

Voltando ao assunto propriamente dito, as feiras que hoje presenciamos são bastantes (felizmente) mas primam por falta e inovação. Ainda o mês passado, visitando uma destas feiras em Famalicão, reparei que os produtos alimentares são quase sempre os mesmos em todo o lado. Presunto, chouriça, broa de milho e vinho. Com esta ementa seríamos reconhecidos como Portugueses em qualquer lado do mundo.

No entanto, a verdadeira Gastronomia dos nossos Antigos era muito mais variada que isso. Além de que Presunto e Rojões eram coisa de ricos e, por isso, inacessíveis à vasta maioria das gentes durante a grande parte do ano, comiam-se frequentemente coisas que poucos imaginam. Coisas que, obviamente, não posso demandar estarem presentes nas feiras sob pena da ASAE e os partidos ecologistas (neste ultimo caso, muito bem!) mandarem prender participantes e organização.

De entre as mais engraçadas histórias que ainda se ouvem acerca das maneiras mais engenhosas de tentar diversificar e compor a alimentação diária destacam-se:

A Raposa:


Animal tanto esperto como detestado pelas populações, era e é constantemente abatido pelas mesmas. Antes por comer galinhas e ovos e hoje por os caçadores estarem descontentes com a ausência de coelhos bravos nos nossos eucaliptos. Assim, vingam-se nas aves de rapina e nas raposas dizendo que "São do piorio! Comem os coelhos todos"... Realmente!! Isso é inaceitável! Há tanta pedra por aí para eles comerem!!

Porém, a raposa, depois de morta a tiro ou por laçada à porta da toca, era muitas vezes preparada como pitéu de ocasião. Segundo os meus familiares, a preparação requeria um procedimento especial e paciente para retirar o "cheiro a bravo". Os entendidos removiam a pele do bicho tal qual um coelho de tratasse e punha-se a carcaça sob água corrente durante pelo menos 2 dias. Depois de esta perder o cheiro característico e intenso, era assada espetada como se de um cabrito se tratasse.

Pelos relatos, este era um petisco ocasional, não muito frequente, mas que, quando acontecia, merecia honras de festa e boa disposição. Em criança cheguei a presenciar uma taínada destas durante o mês de Agosto. Porém, lamentavelmente, a minha mente de criança não me convenceu a aproveitar esta oportunidade única.

Os Pardelhos:


Durante os meses mais frios de Inverno que, naquele tempo, eram mesmo gelados, acontecia frequentemente haver fome. Não uma fome ao ponte de não haver nada de comer pois, a nossa terra de tão fértil sempre nos oferecia algo, mas uma fome de algo mais. Para manter um corpo quente por entre a geadas, chuvas, ventos e trabalhos diários, uma caldo, um pedaço de "pom" e uma malga de vinho não aliviava os desejos a ninguém.

Assim, as crianças, sempre engenhosas e com algum tempo livre muitas vezes organizavam-se para uma caçada aos pássaros bravos. Conta o meu pai que iam pedir "emprestadas" todas as ratoeiras que vissem e colocavam-nas de madrugada sob as Oliveiras quando a geada era mais forte.

Os pássaros, ao raiar do dia competiam ferozmente pelas azeitonas e não resistiam aos pedaços de pão recesso das ratoeiras. Cada Oliveira tinha uma armadilha com um vigilante atento que competia com os outros quanto à quantidade de presas e qualidade das mesmas. Um Gaio, por exemplo, parece uma grande ave mas sem a sua colorida vestimenta mais parece um pisco. Eram apreciados os Tordos e os Estorninhos mas, estes, dificilmente eram enganados pois as azeitonas são a sua dieta favorita. Apesar de estarmos a falar de Aves podemos dizer que em assuntos de estômago, tudo o que vem a rede é peixe! Portanto, mesmo Melros, Pombos Bravos, Pintassilgos, Verdelhões ou Cerejinas eram aproveitados. Apenas carriças pelo seu tamanho ridículo eram desprezadas. De facto, mais valia ter comido a côdea recessa!

Após a matança, juntavam-se todos a despenar os pássaros e eram assadas cuidadosamente numa fogueira enrolados numa folha de couve Galega para não ficarem carbonizados. Este petisco ainda é frequente se bem que o método de apanha é bem menos divertido e o motivo seja apenas doentio (sede de sangue) e não a fome.

Frutos Secos:


Apesar de ainda fazerem parte de um certo quotidiano, os frutos secos eram fundamentais na dieta de Inverno das populações. Devido à sua longa preservação, as Castanhas e as Nozes eram durante vários meses o componente principal da alimentação.

As Castanhas eram comidas de toda e qualquer maneira. Cruas, assadas e quase sempre cozidas no pote junto ao borralho do lume. As nozes iam enchendo pouco a pouco os ventres famintos a toda e qualquer hora.

O peso das castanhas era tal que o popular encarregou-se de a denominar de: "Batata dos Pobres".

Apesar de a vermos presente aqui e ali no pratos regionais e nas esquinas das cidades, a Castanha aparece hoje como algo de "giro" e "divertido" que embeleza e compõe os pratos. Dá sabor ao Cabrito e acompanha o Vinho. Na verdade, em outros tempos era muito mais que isso. Li até recentemente que os avós plantavam Castanheiros de propósito para que os netos viessem a usufruir deles. Eles eram riqueza, sustento e garantia de sobrevivência!

A Caça:


Quase sempre ilegalmente, todas as populações caçavam. Carne fresca era essencial e um complemento indispensável para qualquer mesa.

Como muito pouca gente tinha dinheiro para uma arma e literacia para ser um caçador efectivo, as gentes recorriam a métodos muito mais interessantes para obterem presas selvagens. Um exemplo que era comum na minha família eram os cães! Bem mandados e de boa raça, os cães conseguíam ir sozinhos para os montes e trazerem coelhos aos seus donos. Invariavelmente, comiam um ou dois mas traziam sempre um na boca para as pessoas que os protegiam e davam abrigo. Esta cooperação ancestral permitia tanto aos donos de alimentar os animais sem esforço como serem alimentados por eles sem quaisquer perigos por parte das autoridades vigilantes. O único problema eram os ladrões de cães que, por inveja roubavam estes preciosos escravos ou, pura e simplesmente, arranjavam maneira de os envenenar para que não competissem com os seus.

Mais perigosa era a arte do Furão. Proibido tanto pelo estado novo como pelas autoridades régias, a utilização deste pequeno assassino dava resultados maravilhosos. Bastavam 2 ou 3 amigos a tapar as saídas da toca, meter o Furão dentro da mesma e esperar que o coelho saísse aflito caindo dentro de um saco de corda.

Muitas outras artimanhas eram usadas tais como as laçadas ao Javali ou até o uso dos Fojos dos Lobos para que lá caíssem Javalis ou os Veados que antigamente povoavam todos os nossos montes.

Ervas Comestíveis:


O conhecimento da Natureza era ilimitado por parte dos nossos ainda recentes antepassados. Muitas ervas, sendo comestíveis eram usadas diariamente na alimentação das pessoas.

Para além da Salsa ou da erva Cidreira, existiam espécies com bastante peso na dieta. Em criança lembro-me de prepararem por exemplo Agriões. Esta planta que nasce vulgarmente em qualquer dos nossos milhares de ribeiros é muito nutritiva e bastante apreciada no verão. Curiosamente desapareceu completamente da gastronomia tradicional mais divulgada assim como todas as outras espécies que eram comuns nos pratos do dia a dia.

Peixe Seco:


Acho curiosíssimo ter desaparecido totalmente das ementas o Peixe Seco. Por todas as aldeias o peixe comprava-se ou salgado ou seco. Não haviam transportes que permitissem a deslocação atempada da frescura marítima pois os Bois eram o nossos melhores comboios e carreiras.

Desta forma e como a carne era no passado um luxo maior, o peixe tratado era o pão nosso de cada dia. Perguntem a qualquer cinquentão e ele ainda lhe poderá dizer o que via em criança quando iam às praias do Norte. Quilómetros de estendais onde os peixes eram abertos e postos a secar para alimentar o interior da região.

Fruta:


Hoje todos ainda comem fruta (será??). Antigamente comiam-na, preparavam-na de mil e uma maneiras. Além de se comerem directamente da árvore, as maçãs, pêras, laranjas, cerejas e ameixas, também se colhiam dos valados, morangos bravos (pequenos mas absolutamente deliciosos) ou amoras bravas.

Com estas frutas se faziam geleias, marmeladas e compotas que duravam significativamente e ajudavam a variar a alimentação. No entanto, as numerosas famílias que frequentemente ultrapassavam os 10 filhos rapidamente acabavam com este precioso stock.

Em criança, durante o mês de Agosto era comum irmos por brincadeira para qualquer silvado apanhar amoras. Juntava-mos uma cesta delas, lavávamos-las na água fresca de uma fonte e fazíamos uma compota deliciosa que consumíamos sem descrição durante a tarde. Consequentemente, quem pagava a factura eram os nossos intestinos pouco habituados a estas dietas...

Mais uma vez, este tipo de produtos são praticamente inexistentes na chamada "gastronomia tradicional". Apenas se encontram quando procuramos nas doçarias conventuais... Como se as Freiras eram as únicas a poder ceder a estas tentações...

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Estes exemplos são apenas alguns. A alimentação diária do passado eram muito diferente do que o que se apregoa hoje. Para além de enchidos, e vinho, tudo o que a mãe natureza nos oferecia era utilizado em nosso favor. As actuais feiras gastronómicas, apesar de bem intencionadas, não representam em quase nada a gastronomia "tradicional". Representam sim a gastronomia REGIONAL de HOJE. São coisa totalmente diferentes.

Caso saibam e queiram partilhar mais algumas receitas invulgares da nossa antiga terra comentem pois todos aqui estamos para aprender!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Resultados da Sondagem!

A sondagem realizada aos visitantes do OGalaico é inequívoca.

55% dos 38 votantes elegeram a pronúncia do Norte como a forma mais correcta de falar "Português".

Nada de estranho. De facto, e como foi brevemente abordado nos posts: Como se Diz em Bom Português e, Português Vs Galego, a língua, para além de ter nascido cá, é ainda aqui que guarda a sua maior genuinidade.

Em 2º lugar, interessante referir que 7 participantes acham que o "Galego" (de uma forma geral) é a mais pura forma de falar. Isso pode ser entendido pelo facto de não ter sofrido Lusitanização por parte do poder central de Lisboa. Porém, o Galego não tem uma norma definida, é volátil segundo as regiões da Galiza (o que o torna ainda mais encantador) mas é inegável que também sofreu Castelhanização.

Completa o pódio a opção mais "democrática" que é a de escolher o tipo de P0rtuguês consoante as ocasiões. O padrão de Lisboa para o dia a dia profissional e o do Norte para a família e amigos por ex. Pessoalmente e apesar de achar que o Português do Norte é a forma mais certa de falar, compreendo a necessidade de uma norma para que todos se possam entender devidamente.

Por ultimo fica a fusão da Lusofonia (4 vozes) e o padrão de Lisboa que, compreensivelmente (tendo em conta o nosso tipo de visitante) acaba só com um voto.

No caso da Lusofonia acho que esta deveria ser a ultima opção e deveria ter acabado com 0 votos. Os países lusófonos africanos assim como o Brasil etc, têm uma multitude de expressões que nada tem a ver com os Portugueses. Termos étnicos próprios que se fundiram pelo caminho do calão. Preferiria o padrão de Lisboa que, apesar de tudo, foi manipulado por "Portugueses" a uma língua onde se fundem palavras com origens absolutamente dissociadas da nossa sociedade e da raiz Galaica!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Alerta ao POVO!

Considero-me um tanto ou quanto folclorista. O viver e a alma do povo são sagrados, especialmente neste milénio de constante mudança, que felizmente ou infelizmente, vivemos.

E naturalmente tenho medos, não das mudanças em si, mas da forma como são feitas ou elaboradas!

Neste campo, veio-me à cabeça as diversas manobras que foram arquitectadas desde as conquistas romanas e a implementação do cristianismo, à independência do condado portucalense e a elaboração da identidade nacional posicionando altiva e arrogantemente o sul em detrimento do NORTE de Portugal!

E é do Sul que veem as principais mudanças e manipulações para o nosso povo! Pelo menos enquanto vivermos num país centralizado em Lisboa!

No que compete o blog Ogalaico sendo por norma anti-lisbonês, fica aqui mais um importante e anedótico alerta, daquilo que se não deve seguir dos lados da mouraria!

Cortejo da Festa do Vinho e Vindimas em Bucelas

Vindimas de antigamente ao som do moderno hip hop

Mudam-se os tempos, muda-se a música. O cortejo de 26 carros alegóricos, realizado ontem pelas ruas de Bucelas, em Loures, que mostrou todas as fases do fabrico do vinho, foi feito ao som do rapper Boss AC. Nada que abalasse os milhares de pessoas que assistiram à parada, aproveitando para bebericar aqui e ali.

"Neste desfile estão 26 carros alegóricos feitos por dez colectividades. Cada um representa uma fase do processo de produção do vinho no início do século passado, desde a surriba [plantação de uma vinha nova] à extracção do néctar", explicou Tomás Roque, presidente da Junta de Freguesia de Bucelas, para quem o evento foi um sucesso: "Tivemos milhares de pessoas a assistir ao cortejo e isso é muito positivo para esta região".

Durante o desfile etnográfico, cada carro alegórico é avaliado por um representante da Câmara de Loures. "A colectividade com melhores trajes, com maior número de figurantes e outros pormenores receberá um apoio financeiro", concluiu. _________________________________________

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=1AF0711D-FB06-4EEA-84B5-7A369416A6EB&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ouro do campo!


La vai o tempo em que se arrancavam as espigas sem as desfolhar.

Levavam-se para a eira e lá se juntava quem quisesse ao som das concertinas e violões.

Hoje, por já ter morrido há muito a vida comunitária, cada qual trata logo de por em sacos as espigas doiradas. Já não há o encanto de antigamente nem a excitação dos namoros sob a bênção do milho rei!

Aproximo-me um pouco hesitante e quiçá incomodado por não estar a ajudar e pergunto:

- Então? Não encontraram milho rei?
- Agora!! Isso hoje já não há namoros. Agora é só amantes e enganados. O milho rei já não é preciso e por isso já não aparece!
- Pois.. Se calhar é este milho barato que cresce em 90 dias. Já nem milho rei existe!

Respondem-me a minha tia e uma prima:

- Antigamente também havia pouco... Mas era bem poupado!
- Como assim?
- Lembraste Emília? Guardava-mos as espigas de um ano para o outro bem escondidas e, no dia da desfolhada, metíamos-las nos aventais para fingir que nos saia a sorte!
- Pois era! Ahahaha! E quando íamos desfolhar para fora levávamos as nossas espigas de milho rei! Não íamos trabalhar para toda uma noite para não dar um beijo ao rapaz que gostávamos!

- Ai era? Ahahaha! Isso era batota!

- Agora! Qual batota! Sempre foi assim! Eles faziam o mesmo!Era assim que os pais viam quais os pares que se formavam pois andavam sempre a dar beijos uns aos outros! Havia desfolhadas em que apareciam cestas de milho rei! Algumas espigas mais velhas que o raio! Mas é claro que depois desapareciam todas!

- Pois... e hoje não há namoros não há milho rei. Nem que houvesse, ia para os pica no chão!


"Já não há Malhadas nem cantigas, não há desfolhadas nem beijos as raparigas"

Vira das Desfolhadas (Grupo Etnográfico As Lavradeiras de Santa Maria de Oliveira - Famalicão):

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A verdade é para ser escrita!

E por vezes pequenos pormenores querem dizer muito:


Mas qual foi o sentido de esta tão bela afirmação?

Apenas estratégia comercial unicamente referente aos "Galegos" da Galiza actual?

Ou, por outro lado, uma virtuosa forma de unir as duas (que são uma) regiões fortalecendo ainda mais a estrutura de Sá Carneiro?

Se olharmos para o enorme crescimento das ligações económicas e sócio-culturais dos últimos tempos, podemos dizer que ambos os casos são válidos.

De qualquer forma, este belo placard fez o meu dia valer a pena.

sábado, 4 de outubro de 2008

Português Vs Galego

Interessante reportagem sobre as origens do Galego e do Português e comparação entre os dois idiomas irmãos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

The Primitive Celts

Interessante documentário onde se podem observar algumas das características sociais e históricas do mundo Celta.

Aí podem se obter algumas respostas acerca do modo de vida das tribos e das suas trocas comerciais, explorações mineiras e especialização.