terça-feira, 14 de outubro de 2008

Alerta ao POVO!

Considero-me um tanto ou quanto folclorista. O viver e a alma do povo são sagrados, especialmente neste milénio de constante mudança, que felizmente ou infelizmente, vivemos.

E naturalmente tenho medos, não das mudanças em si, mas da forma como são feitas ou elaboradas!

Neste campo, veio-me à cabeça as diversas manobras que foram arquitectadas desde as conquistas romanas e a implementação do cristianismo, à independência do condado portucalense e a elaboração da identidade nacional posicionando altiva e arrogantemente o sul em detrimento do NORTE de Portugal!

E é do Sul que veem as principais mudanças e manipulações para o nosso povo! Pelo menos enquanto vivermos num país centralizado em Lisboa!

No que compete o blog Ogalaico sendo por norma anti-lisbonês, fica aqui mais um importante e anedótico alerta, daquilo que se não deve seguir dos lados da mouraria!

Cortejo da Festa do Vinho e Vindimas em Bucelas

Vindimas de antigamente ao som do moderno hip hop

Mudam-se os tempos, muda-se a música. O cortejo de 26 carros alegóricos, realizado ontem pelas ruas de Bucelas, em Loures, que mostrou todas as fases do fabrico do vinho, foi feito ao som do rapper Boss AC. Nada que abalasse os milhares de pessoas que assistiram à parada, aproveitando para bebericar aqui e ali.

"Neste desfile estão 26 carros alegóricos feitos por dez colectividades. Cada um representa uma fase do processo de produção do vinho no início do século passado, desde a surriba [plantação de uma vinha nova] à extracção do néctar", explicou Tomás Roque, presidente da Junta de Freguesia de Bucelas, para quem o evento foi um sucesso: "Tivemos milhares de pessoas a assistir ao cortejo e isso é muito positivo para esta região".

Durante o desfile etnográfico, cada carro alegórico é avaliado por um representante da Câmara de Loures. "A colectividade com melhores trajes, com maior número de figurantes e outros pormenores receberá um apoio financeiro", concluiu. _________________________________________

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=1AF0711D-FB06-4EEA-84B5-7A369416A6EB&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010

8 comentários:

Elaneobrigo disse...

"Tivemos milhares de pessoas a assistir ao cortejo e isso é muito positivo para esta região".

E depois de ter saido no jornal foram milhares de pessoas a rir-se de tamanha besteira!

Este politicos de m*rd* fazem tudo para chamar a atenção dos média e para atrair as pessaos às suas festinhas, nem que para isso tenham que sacrificar o que é tradicional!

Como este caso em particular é no sul até fico contente...
O meu medo é que atentados desta natureza são cada vez mais entre as principais festas populares do Norte.

E eu não quero que ninguem se venha a rir do Norte por causa disto!

Falta uma entidade com competência como a ASAE mas com actuação a nível cultural se não estamos feitos!

Porque o povo por vezes nem sempre é o que mais ordena!

Zagas disse...

é o principio da multiracialidade e multiculturalidade agora aplicado à cultura em vez de aplicado ao genocidio do patrimonio genetico.

Afinal, temos de ser coerentes, se podemos apoiar, desejar e fazer de tudo para que se realize a extinçom do patrimonio genetico do povo, para que so haja miscordia e nada mais, porque nom aplicar o mesmo principio também à cultura, que é mais uma das componentes da naçom (e ainda por cima é secundária em relaçom aos genes) ?

Enfim, ao menos nom se contradizem e acabam com tudo em prol da miscigenaçom. Também é melhor assim, é preferivel a cultura galaica acabar do que nom acabar e um povo mestiço ao estilo mestiçoide brasileiro ou mestiçoide algarviado, continuar a pensar que é galaico e viver com cultura galaica.

Ja que morre o principal, o patrimonio genetico do povo, que morra tambemm a cultura, pois o sangue galaico ja estara morto e portanto a naçom ja morreu.

Cerquido disse...

Tenho vontade de dizer asneiras... Mundam-se os tempos, muda-se a música? E não se mudam os trajes? Nem os utensílos?! Só a música? Por favor... Ao menos que fossem coerentes! E tinham técnicos a avaliar a competência de cada um? Como é que alguem tão incompetente pôde pensar nisso?
Agora dizei-me que sou conservador... um ser com uma educação superior simplesmente diria: ide-bos foder!
Se é assim que vão defender a cultura, por favor, estejam quietos!... Podiam oferecer notas de quinhentos euros e pôr brasileiras à carnaval do rio, tambem iria atrair multidões! Tantos anos com idependência territorial quando andamos a perder a cultural... Espero que um dia que tenha filhos a minha mulher dê à luz uma Maria da Fonte! Faz falta ouvir-se a voz do povo... há muito tempo!

Suevo disse...

O Galaico esquece-se que a alma do povo de Loures é africana.
Não tenho dados, mas acredito que a percentagem de negros na juventude de Loures seja elevadíssima, assim sendo acho muito bem que o som deles seja hip-hop, é de lamentar é que existam brancos aqui na Calecia a imita-los.

Aquele povo, o de Loures, não é o nosso.

Pelas mesmas razões o futuro do S. João de Braga é o samba.

Pelas razões que já apresentei anteriormente, prefiro que o Boss AC “cante” ou lá o que ele faz hip hop.

Mudam-se os tempos, mudaram-se os povos, muda-se a música.

O presente e o futuro de Loures são irremediavelmente africanos.
Por lá e o povo que mais ordena, e o povo esse é etno-culturalmente africano.

O Galaico disse...

Ora bem...

Deixando de lado a conversa racial que a mim passa-me um pouco ao lado pois, no Norte os efeitos ainda não são significativos, preocupo-me com a estupidez ferros das pessoas que permitiram esta aberração.

Sinceramente, quando o Zixsix me mostrou esta noticia praguejei sozinho no quarto!

Isso é realmente preocupante pois significa que existe neste país políticos e pessoas de autoridade que permitem mutilações destas. E, como somos um pequeno estado centralista, estes abortos podem muito bem virem a ser permitidos na nossa terra qualquer dia...

Agora vejamos... Loures e o centro sul de Portugal tem de facto um sentimento de folclorização muito pequeno quando comparado ao Norte e, em especial no Minho. Talvez por há muito ter perdido qualquer contacto com o passado comunitário agrícola (se alguma vez o tiveram), a populaça desta terra não tem nenhum motivo para se recordarem do passado.

Assim, surge uma heresia de um cortejo "etnográfico (ahahahaha)" ao som de um estilo musical nascido nos bairros pobres de uma cidade do outro lado do Atlântico há mais de 30 anos.

No Norte, não digo que uma palhaçada destas não possa vir a acontecer mas muito dificilmente teria uma audiência de milhares de pessoas! Aqui, ainda há gente, sangue e tradição que permite criar verdadeiras representações (ou pelo menos, mais ou menos fidedignas).

Não vou conseguir tirar da cabeça tão cedo que existem idiotas capazes de chamar cortejo etnográfico a uma "coisa" destas. Juntar carros de bois e trajes tradicionais com musica Hip-Hop é digno de um débil mental.

JMTinoco disse...

Eu propunha uma malhada jazística. Já agora uma vindimada no (antigo) Minho ao som do hip phop até que nem seria mau, mas se as vindimadoras se vestissem também hip pop. Que maravilha seria apanhar bagos. Acho que gostaria de ser uma coisa de que nunca gostei: Rapaz dos bagos

O Galaico disse...

Sr. Suevo.

Não vou publicar as suas duas ultimas mensagens pois o Sr. bem sabe que não gosto do excessivo teor racial que elas contém. O Sr. sabe igualmente que respeito de certa forma e em alguns aspectos a sua opinião porém, Ogalaico não é um blogue que fala de racialismo.

Ogalaico é um blogue que fala da história e etnia de uma região natural especifica. Nada mais.

Pode-se eventualmente falar das diferenças e dos problemas sociais que, desde sempre e agora cada vez mais, puseram em risco uma nação, mas este assunto não deve ser recorrente.

Por. ex. o Sr. insiste em falar sobre raça neste Post quando não é nada disso que ele trata.

Este post fala de Etnografia.

O Sr. JTMTINOCO percebeu isso ao primeiro comentário.

A aberração de que falo é passearem com carro de bois ao som do hip-hop. Isso sim, é uma estupidez monumental pois não pode ser um cortejo etnográfico. E uma fantochada.

Quanto aos vídeos que me mostrou, vou-lhe dar uma palavrinha em 1ª mão.

Eu podia muito bem estar ali a dançar ao som de LAHARISSA. O Zixsix sabe muito bem que no nossos tempos de estudante eu ouvia Hip-Hop à fartura!

Mesmo assim, ouvindo HIp-Hop, gostava de ajudar nas lides do campo e do meu folclore.

Alias, e como parece distraído, estes imigrantes que mostrou na "Costa do Sol" (eu próprio já la fui)em Paris, são também aqueles que correm as romarias do Minho de concertina às costas e dançam nos ranchos folclóricos das terras que representam.

De facto, não vai encontrar nem um imigrante destes que crítica que não goste de folclore.

Aliás, o estereótipo manda eles serem gozados por isso pelos "Portugueses" que nem uma moda sabem nem tão pouco um passo de uma dança ou uma volta qualquer na concertina...

Este post é sobre o atentado ao folclore e ao disparate que é misturar Hip-Hop com um cortejo com trajes oitocentistas. Nada tem a ver com racialismo.

Guarde este tipo de comentários quando realmente forem oportunos.

Fernando Cerqueira Barros disse...

Bom sou novo no Blog e dado tamanho disparate também decidi intervir.

Antes de mais vou dizer que adoro Rap, que de Boss AC nao gosto la muito e que admiro algumas coisas do trabalho dos La Harissa, que comecei a ouvir à alguns anos...Mas sobretudo dizer que o HIP_HOP nao tem nem é nada a ver, na minha opiniao modesta, com esta PARVOICE COMPLETA.

O que se trata aqui é de um problema de FALTA DE CULTURA total de quem organiza estas coisas...um desejo imenso de que se oiça falar das terrinhas, que apareça la populaça e que por fim os jornais e Tv's por la passem...como alguem dizia: "Nao me importa que falem bem ou mal de mim. O que importa é que falem..."
É portanto com este pressuposto que estas besteiras se vao fazendo, um pouco por todo o pais.

Se queriam fazer um concerto de musica contemporanea (hip-hop, rock, metal, jazz, fosse o que fosse), estariam a vontade e de certeza que teriam um publico numeroso.

...quiseram fazer um cortejo etnografico, sem saber o que é etnografia...borraram a pintura toda.

"Durante o desfile etnográfico, cada carro alegórico é avaliado por um representante da Câmara de Loures. "A colectividade com melhores trajes, com maior número de figurantes e outros pormenores receberá um apoio financeiro", concluiu."

Depois podemos ver aqui a aberraçao total...alguem vai "avaliar" a veracidade e qualidade dos trajes...curiosamente os mesmos que nao se preocupam com a veracidade da musica...e colocam numa vindima do Sec. XIX um cantor do Sec XXI...de um estilo musical que nem 30 anos tem...será que as ditas colectividades nao saberiam tocar nenhuma modinha tipica das vindimas de Loures no Sec. XIX????


"...foi feito ao som do rapper Boss AC. Nada que abalasse os milhares de pessoas que assistiram à parada, aproveitando para bebericar aqui e ali."

...acho que esta frase tambem diz muito da cultura do nosso povo...que de certeza adorou todo o festival...viu passar uns carros de bois, abanou o capacete ou tapou os ouvidos a passagem dos decibeis de AC e aproveitou para beber umas bejecas e em vez de ir a bola ver uma festita na rua...


...e pronto, assim vai o estado da cultura em Portugal...