quinta-feira, 19 de março de 2009

Uma morte lenta e silenciosa...

Mais um video que o amigo Amil Couto colocou no youtube.

Este retrata uma situação que é comum entre ambas as margens e que é um dos maiores perigos para a cultura Galaica.

O desaparecimento do modo de vida milenar e, sobretudo, ao contrário de outros países, a ausência de orgulho e estima nela, está a condenar a nossa herança cultural.

Por todo o lado se esvaziam as montanhas enquanto as cidades betonam as ricas terras litorais.

As leis do mercado e a sua insustentabilidade óbvia, potenciadas pelo capitalismo cego e egocentrismo económico dos indivíduos modernos em que nos tornamos, representa uma condenação à morte.

Haverá solução?

8 comentários:

Anónimo disse...

Boas. Tem alguma informação sobre "O túmulo do Rei Wamba", em Sta. Leocádia de Briteiros ? Trata-se exactamente de quê ?

Cumprimentos

O Galaico disse...

Olá caro Sr. Anónimo.

Wamba foi um Rei Visigótico que morreu em 687.

Pelo que sei existe uma sepultura visível numa lage À entrada da Igreja de Santa Leocádia de Briteiros dedicada a Santo Wamba.

Não se sabe ao certo se era Rei ou abade mas o que é certo é que esta personagem teve tremendo impacto na região.

Antigamente as populações costumavam apanhar ervas do adro da igreja, benzem-se estas frente a imagem de Santa Leocádia dizendo a oração: "a benção do Padre, Filho e Espirito Santo", a seguir molham-se com agua benta da pia, misturam-se com terra da sepultura do rei-abade e cozem-se. Com aágua resultante da cosedura, da-se banho a qualquer criança e seria curada dos seus males. Por fim, ofereciam um vintém ao pároco.

Anónimo disse...

Obrigado pelo subires

Adoro esta frase:
"Para um labrego a terra que queda a monte e umha terra inculta"

Esse e o nosso problema, que estamos a monte, que nos falta cultura. Em Irlanda ou a Bretanha ser labrego e um orgulho, na Gallaecia umha desgraça.
O dia que demos mudado essa mentalidade rematou a nossa diaspora, começou o nosso progresso.

O Galaico disse...

Caro Amil Couto!

Ainda há pouco passei pelos antigos campos que a minha família trabalhava na encosta do monte...

Hoje tudo é mato, silva e eucalipto. Perdeu-se a beleza e a terra de facto não tem agora valor algum.

O problema que diferencia os Britânicos dos Galegos é a consciência de que o valor espiritual e social de manter uma forma de vida destas é muito mais satisfatória do que a luta diária entre créditos, vida urbana, tensão da cidade etc..

Também me parece hoje ser impossível manter estes modos de vida pois os mercados estão baseados no baixo preço das grandes produções. Os pequenos produtores não podem vender os seus produtos livremente e as pessoas da terra não podem consumir os seus frutos...

Antes de tudo teria de haver uma mudança de atitude governamental..

Elaneobrigo disse...

este é um tema sobre o qual penso muitas vezes..

as aldeias não são capazes de gerar sustento as novas gerações.

tenho tremenda mágoa que assim seja.

a desertificação das aldeias é perfeitamente compreensivel. o modus vivendi labrego já não existe, transformou-se em todos os sentidos!

assiste-se a uma falta de renovação das aldeias, falta de pessoas novas, falta de quem cuide dos campos etc..

mas tenho a esperança que as coisas vão mudar. os novos meios de comunicação vieram encortar as distâncias.. cada vez se procura mais o contacto com a natureza, com as raízes...

e neste contexto penso que a classe media alta já procura investir numa casa em aldeia, reconstruir e passar os seus fins de semana... mas este fluxo ainda não é, na minha opinião, muito significativo em relação ao que um aldeia realmente precisa para se renovenescer... mas é bom.

Elaneobrigo disse...

ao preço que as casas e terrenos estão e olhando à qualidade e localização de algumas das casas de aldeia... não me espanta que daqui a 20 anos a moda seja ter uma casa numa aldeia tipica em detrimento de um apartamente à beira mar!

Fernando Cerqueira Barros disse...

EIS O TEMA:
DESERTIFICAÇAO RURAL

...que futuro para as nossas aldeias???...
talvez a resposta a esta pergunta nos de a resposta a outra pergunta com ela relacionada:
...que futuro para a nossa cultura???

Anónimo disse...

Olà galaico ! nao sei bem onde colocar esta messagem !
Tenho uma pergunta à lhe fazer :

Sou portugues de origem e sou originario dos lados da praia de Mira e de Cantanhede (entre Aveiro e Figueira DA Foz)

SOU OU NAO UM GALAICO(ponto de vista : etnico) ?

Como gosto de ver as nossas raças de animais autoctones , serem preservadas !
Gostava que voce , fala-se um pouco delas no vosso site !

Aqui algumas raças do Norte: BURRO DE MIRANDA / CAVALO GARRANO / VACA MINHOTA / VACA MARONESA / VACA BARROSAO / VACA MIRANDESA / CAO DE CASTRO LABOREIRO / CAO DE GADO TRANSMONTANO / E ETC...