domingo, 7 de dezembro de 2008

A Negação da Origem parte II: O Mito Lusitano!

O Galaico fala obviamente da Etnia Galaica. Por Etnia supõe-se um conjunto de crenças, costumes, língua cultura e origens. E através destes traços que os Romanos distinguiram a Gallaecia da Lusitânia e é por isso que O Galaico escreve sobre esta terra como se ela fosse a terra mãe de Portugal. E de facto o é sem contestação possível.

Este Post aparece não para menorizar ou superiorizar uma região em relação à outra, mas para exclamar a Gallaecia como núcleo embrionário de Portugal.

Portugal é um fruto do Génio Galego e não Lusitano. Custe a quem custar.

Lusitanos Vs Galaicos:

Antes de mais há que referir que os historiadores que integram a Gallaecia dentro da Lusitânia fazem-no tendo apenas por base um texto de Estrabão. Esta era no entanto uma perspectiva muito inicial do território e portanto completamente simplificada.


E que viam os Romanos nesta altura? Uma federação de povos Ibéricos a lutar lado a lado comandados por um líder Lusitano chamado Viriato. E que grandes guerras estas! Em território Lusitano estes povos aparentados lutavam em prol da salvação comum e foram os únicos avender Roma en Guerra. Não foi apenas uma batalha que ganharam mas sim todo o Conflito forçando Roma a render-se e a assinar tratados.

Porém, os Romanos tinham sempre uma carta na manga: A batota. Subornaram os generais de Viriato e estes assassinaram-no. Sem liderança os povos da federação foram sendo derrotados um a um.

Depois de instalados e a controlar o ocidente Iberico, os Romanos começaram a ganhar uma perspectiva diferente da realidade. Diversas fontes referiram agora que a Lusitânia era coisa bem diferente do que inicialmente. Depois de verificarem In-Loco as diferenças entre os povos, criaram a Gallaecia. Província Romana que integrava um conjunto de tribos que viviam da mesma maneira numa área Geográfica bem definida com particularidades muito semelhantes. Estrabão o famoso geógrafo Grego ao serviço do Império disse:

"Assim vivem as populações montanhosas. Falo das que se seguem ao longo da costa norte da Ibéria, os Callaïcos, os Asturos e os Cantabros, até ao país dos Bascos e os Pirenéus. Todos vivem da mesma maneira."

Estrabão, Geografia, III, 3, 5-7

Estrabão nos seus relatos que, por sinal, são compilações de afirmações enviadas pelos verdadeiros observadores uma vez que nunca pos pé na Ibéria, acaba por se contradizer pois também diz:

"And yet the country north of the Tagus, Lusitania, is the greatest of the Iberian nations, and is the nation against which the Romans waged war for the longest times. The boundaries of this country are: on the southern side, the Tagus; on the western and northern, the ocean; and on the eastern, the countries of the Carpetanians, Vettonians, Vaccaeans, and Callaicans, the well-known tribes; it is not worthwhile to name the rest, because of their smallness and lack of repute."

Estrabão, Geografia, III, 3, 5-7

Assim, Estrabão refere que o Noroeste vive todo da mesma maneira mas que faz parte da Lusitânia. Apesar de não fazer nenhum sentido porque os próprios Romanos definiram uma província só para a Gallaecia tal como fizeram para a Lusitânia, isso é tido para muitos como certo: A Lusitânia engloba inicialmente toda a faixa atlântica independentemente dos modos de vida diferente, provas arqueológicas e as muitas menções posteriores em contrario de outros Geógrafos Romanos:

"Plínio o Velho (23 - 79) na sua historia natura define como limites da lusitana o douro a norte, o leste o Anas, o oceano a ocidente e sul incluindo entre os lusitanos o celtici e os conios..."

Pomponio Mela sec I dc - "de situ orbis " Descreve as cidades e rios da Lusitânia e afirma como Plínio que elas se estendem ate ao Anas."

“Claudio Ptolomeu SEC II Dc restringe a Lusitânia as terras entre douro e Tejo e descreve as suas cidades.”



Alias, podemos verificar na famosa revista On-Line BRATHAIR que:

"Estrabão na geografia chama a atençao para as diferenças nas anteriores delimitações da terra dos lusitanos e consequentemente para a ambiguidade da atribuição do nome lusitano aos povos limítrofes."

Não hajam dúvidas, se os historiadores se baseiam numa isolada citação inicial, porque hão eles de esquecer por completo as variadíssimas que se seguiram? Ou se acha os Romanos uma fonte credível ou não. Se acharem então tem de admitir que os Galaicos não são Lusitanos e, assim sendo, tem de aceitar que Portugal é Galaico e não Luso pois quem o criou e repovoou foram os Galaicos.

Por outro lado, se não acharem os Romanos fiáveis então tem de se basear na arqueologia como único testemunho. E essa, como sabemos, diz-nos o mesmo. Eram povos diferentes, como modos de vida distintos e que logo não podem ser considerados os mesmo.

Uma ultima referência para Martins Sarmento, o Self Made Arqueólogo e voluntarioso anti Celtista. Para ele, lusos e Galaicos são o mesmo povo. Melhor, os Galaicos são um povo Lusitano. Isso porque segundo ele, um povo que fala aproximadamente a mesma língua e tenha o mesmo panteão só podia ser uma e mesma coisa.

Pensando assim, então metade do mundo, como fala Inglês e é Cristão seria apenas um.

Igualmente,
comparando a Arte do Noroeste e a a sua língua original, teríamos de considerar os Irlandeses como sendo Lusitanos...

Sarmento menoriza ainda as próprias ruínas que tanto gostava. Dizia que era absolutamente comuns desde a pré-história fazerem-se defesas nos topos dos montes. Adiantou que a simbologia que se encontra gravada na pedra só não aparece a Sul porque ninguém a procura.

Pois bem, tantos anos depois, ninguém a encontrou porque simplesmente não existe ou porque foi totalmente substituída pelas influencias posteriores. O que para o âmbito deste Post da na mesmíssima coisa.

Atenção que os outros Castros que se encontram no resto do país não são castros Galaicos. Castro vem do Latim Castrum ou seja, vila, cidade ou edifício fortificado. Não confundir portando localidades muito a sul do Douro que tenham Castros com estruturas Galaicas.

Castros Galaicos tinham especificidades únicas:

Pedras Formosas:

Saunas:



Estátuas de Guerreiros - Divindades protectoras nas muralhas:

Uma organização habitacional característica e comum a toda a civilização Castreja:


E, pelo que disse Martins Sarmento, uma incrível semelhança ao nível da construção das suas muralhas que quase pareciam “ter sido feitas pela mesma mão”. E disse isso comparando castros Galegos com os do Norte de Portugal (desculpem o pleonasmo):


A Era Romana:

A Era Romana também nos traz perspectivas interessantes no que toca à diferenciação entre Galaicos e Lusos. Aliás, é nesta era que se crias um distanciamento concreto entre os Lusitanos e os Galaicos que antes disso tinham de facto alguns traços semelhantes.

A Romanização foi muito mais efectiva a Sul e as guerras mais sangrentas e duradouras foram na Lusitânia o que constituiu sem dúvida para um rude golpe para esta etnia. Mesmo culturalmente, parece ter havido uma maior permissividade dos Romanos com os Galaicos que nunca deixaram de ter os seus Deuses e de prestar culto aos mesmos nos Castros onde costumavam habitar. Alias o facto de no Norte de Portugal os maiores mosteiros e monumentos religiosos ficarem em topos de montanha onde haviam Castros demonstram isso mesmo.

As tradições duraram tanto que a cristianização forçada levou à criação de templos nestes locais para que se acabasse com o paganismo reinante. No entanto, mesmo hoje estes locais são locais onde ele está bem presente ora na sua vertente mais pura ora dissimulado em rituais católicos sugestivos.

Note-se que os Romanos tinham por hábito adoptar as divindades dos locais onde viviam. Talvez por receio de provocar estes Deuses ou para não criar mais tensão entre estes povos. O que se sabe é que na Gallaecia existem milhares de vestígios onde se comprova que na era Romana, o panteão Galaico e cultura original existia e permanecia viva. O Melhor exemplo será a Fonte do Ídolo em Braga onde um cidadão Romano presta culto a uma deusa Galaica:

Este é um tipo de situação que não me parece existir com tanta frequência na Lusitânia onde os templos e divindades autóctones parecem surgir muito menos. O que se verifica a Sul são por exemplos templos tipicamente Clássicos como o de Diana ou Conimbriga.

Estas estruturas, apesar de se encontrarem na Gallaecia muito ocasionalmente (por ex. Bracara) não são nunca dominantes. Ainda no Alentejo e Algarve, muitos locais religiosos são Moçárabes apenas cristianizados pela conquista Galaica (o termo reconquista não se aplica aqui pois nunca estas terras tinham feito parte da Galécia).

O Galaico reconhece no entanto que esta afirmação resulta de uma constatação desprovida de provas académicas que pode ser contestada. Baseamos-nos sobretudo na vivência Empírica resultante do facto da vasta maioria dos locais de culto mais importantes do Norte de Portugal estarem em sítios referenciados como tendo valor arqueológico pré-romano. Coisa que não achamos existir a Sul. Caso hajam pessoas capazes de contradizer, agradecemos pois estamos aqui tanto para ensinar como para aprender.

A nível religioso parece então que o Norte da Península, impulsionado pelas ordens papais e conjecturas da época, é que Cristianiza efectivamente o país através da sua expansão a sul.


A própria religião que os Portugueses tanto estimam e marca o seu carácter lhes provem do Norte da Península e nunca da Lusitânia.

Os Reinos Germânicos:

Depois dos Romanos a Galécia distingue-se ainda mais da Lusitânia. Agora, já nem sequer eram governados pela mesma entidade. Na verdade, numa fase inicial, os próprios povos Germânicos que ocuparam este recanto da Europa ocidental eram diferentes dos que regiam a Lusitânia. Suevos a Norte, Visigodos a Sul.

Foi nesta era que o Papa envia São Martinho de Dume a Braga para que este acabasse com o Paganismo reinante. Prova do que a Etnia ainda estava viva e genuína culturalmente na Galécia. Por isso, São Martinho de Dume, o castrador genocida religioso, tentava de todas as formas torcer este povo tão dedicado às suas crenças.

Bem que tenha conseguido de uma certa forma, nunca saiu do seio do povo as verdadeiras tradições e superstições como vimos em Posts anteriores. No entanto foi com ele que se implanta a religião que será a dominante nos nossos dias.

Concluindo:

Depois desta versão simplificada que, admito, poder ser contestada (e assim espero da parte de quem conseguir ler até ao fim este testamento e conseguir fundamentar convenientemente os seus argumentos), observamos que a única região que manteve ao longo dos tempos uma cultura e etnia preservada foi a Galécia.

A Lusitânia é um MITO porque deixou de existir como entidade homogénea por causa de séculos e séculos de intenso domínios exteriores.

Até que ponto podemos chamar Lusitanos a um povo que por ventura já não tinha, a quando da reconquista, referências de si próprio? Onde as suas cidades eram regidas e exploradas por Mouros? Onde os seus templos eram Romanos e depois, em muitas casos foram Árabes?

Como podemos à luz destes argumentos aceitar que nos chamemos Lusitanos?

Os Galaicos é que formaram este país. Fizeram-no com o seu sangue, com o seu esforço e com a sua ambição. Isso apesar de serem projectos pessoais que levaram à separação dos conventus Galaicos . Não se iludam, a expansão a Sul não foi nenhuma manifestação do amor Nacional de D.A.Henriques. Como poderia sê-lo se a vasta maioria do território que conquistou nunca tinha feito parte da Galécia? A reconquista ocorreu até bem a Sul do Douro mas nunca em todo o território.

Note-se O Mito Lusitano apenas surgiu com a necessidade dos autores Portugueses imitarem as grandes epopeias. Para isso precisavam de um herói e, o único que teve tal perfil teria sido Viriato.

Através de Camões e Gil Vicente surge a primeira grande razão deste entranhar do Lusitanismo na cultura Portuguesa:

Assi o gentio diz. Responde o Gama: Este que vês, pastor já foi de gado; Viriato sabemos que se chama, Destro na lança mais que no cajado; Injuriada tem de Roma a fama, Vencedor invencíbil, afamado. Não têm com ele, não, nem ter puderam, O primor que com Pirro já tiveram

Lusíadas, Canto VIII estrofe VI;


Já que falamos de Língua, este símbolo tão Português e que tantos nos orgulha, convêm relembrar que esta não é em absolutamente nada Lusa. O termo Lusofonia é mais uma barbaridade mal empregue pois todos deveriam saber que esta nasceu da Gallaecia.

"
O português nasceu na antiga Galécia (Gallaecia) (Galiza e Norte de Portugal) ao noroeste da península Ibérica e desenvolveu-se, na faixa ocidental da mesma incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana."

Desta forma, quando Fernando Pessoa, disse " A minha pátria é a Língua Portuguesa", estava inconscientemente a declarar-se Galego.

Mais tarde, com os propósitos dos regimes mais ou menos opressivos do Estado Novo e de Salazar, tudo o que tivesse potencial para reunir a cegueira do povo era utilizada como arma de lavagem cerebral. Futebol e o benfica, a Musica e o Fado, a Religião e a invenção do milagre de Fátima etc.

Assim, em Viseu, com o simbologia Mocidade Portuguesa aparece a seguinte placa de Bronze junto ao monumento a Viriato (ele que bem o mereceu):



“Aqui mergulham as raízes desta raça viva e forte – Imortal na sua essência”

Constato nisso o seguinte:

Uma organização reconhecidamente propagandista, ferramenta de um estado que sempre tentou fazer de Portugal uma unidade estéril e previsível, a falar sobre um povo imortal que nada teve a ver com a criação do país em que vivem. Ninguém sabe até se existiam ainda etnicamente. Tentaram também atribuir-lhes as virtudes de um herói que o foi ao lado de uma federação de povos e nunca com a exclusividade dos Lusitanos...

Portugal é GALAICO porque os GALAICOS é que fizeram o país. Libertaram as suas terras dos "infiéis", deram-lhe uma língua, uma religião e acima de tudo uma identidade que nunca teve.

E também é Galaico porque até carrega o nosso nome!


Os Nortenhos tem o direito de não se sentirem Lusitanos. Isso não nos faz melhores ou piores Portugueses. Apenas nos faz ser mais verdadeiros. Aos Nortenhos e a todos os portugueses!

Portugal não deveria ter medo de repor a verdade mas existe um temor que a nacionalidade possa ser afectada de alguma maneira sobrenatural se a verdade sobressair.

As gentes tem de se lembrar que Portugal vale por si pois é o fruto dos Galaicos. A união existe e o país é genuino.

Somos o mais antigo da Europa e na minha óptima, a única coisa que põe isso em questão é negar-lhe a sua verdadeira identidade.


Como disse Miguel Esteves Cardoso no mais belo e emblemático texto que já li sobre o Norte:

8 comentários:

Anónimo disse...

boas. concordo com muita coisa que dizes, mas custa-me a crer a parte do repovoamento do territorio conquistado tenha sido feito somente por galaicos. é logico que muitos terao rumado ao sul, seria normal, agora considero impossivel que este territorio tao vasto tenha sido repovoado somente por galaicos. estes nao seriam mais do que umas poucas centenas de milhar, pelo que repovoarem de uma forma efectiva todo o restante pais demoraria centenas de anos. concerteza que a raça "lusitana" (seja la o que isso for) sobreviveu a invasao moura (apesar da provavel mistura ocasional), e sao conhecidos varios casos quer de tolerancia religiosa por parte dos mouros, quer de vivencia lado a lado. coisa que nao ocorreu depois da reconquista.

tambem considero essencial a reposição da verdade sobre a realidade e multiplicidade cultural que é portugal. agregar todo o pais ao lusitanismo (que apesar de nao considerar um mito, penso que muito exagerado) é errado e castrador.

cumprimentos.

joao pedro

O Galaico disse...

O repovoamento foi maioritariamente feito por Galaicos de ambas as margens mas também por outras gentes que participaram nas lutas contra os invasores. Ha que entender que a "reconquista" era uma manobra política importante e as terras eram o prémio que ficava para os nobres que nela participavam. Não podemos ter uma perspectiva de repovoamento como sendo a repopulação de todo o território. Na prática foi a criação de Póvoas em zonas importantes e com potencial. Isso levou a Etnia Galaica a estar presente em todo o território coisa que não aconteceu ao contrário.

Assim, iniciativa foi das gentes do Norte da Península com suporte do Papa e de toda a máquina de guerra Europeia. Isso acaba por nem ser muito importante uma vez que o que este Post pretende é demonstrar que o Lusitanismo ( e não a Lusitânia ) é um mito porque não é a base Étnica dos Portugueses. E uma base romântica e imaginária que retira devida importância histórica à região Norte.

Diz bem que os Lusitanos não tinham desaparecido. Na verdade os Mouros não compunham a maioria da população da Lusitânia mas de facto comandaram-na durante séculos a fio assim como o fizeram intensamente os Romanos.

Acho improvável que houvesse ainda um sentido de Etnia forte na Lusitânia que, na sua origem, nem esta correctamente representada Geograficamente. Os Lusitanos não viveram no território da província LUSITÂNIA mas apenas numa pequena parte dela. Com a Galécia foi diferente pois a cultura castreja transmite esta unidade cultural assim como o meio ambiente é consideravelmente semelhante em toda a sua extensão. Isso não acontece na província Lusitana e é sabido que o meio ambiente influencia as suas gentes.

Como podemos dizer que os Portugueses são Lusitanos se estes nem sequer eram uma unidade cultural dentro da província com este nome?

Os Galaicos e a Gallaecia deveria ser considerada por direito, lógica e respeito, a base dos portugueses por todas as razões possíveis e imaginárias.

Foi o Norte que conquistou o centro e sul e assim, deveria-mos ser Galaicos.

O que se passa neste momento é como se tivéssemos chamado Ibéricos aos Romanos por eles nos terem conquistado...

A Respigadeira disse...

Bem, se D.Afonso Henriques não se tivesse armado em grande e ficasse pelo Norte, ainda seríamos da Gallaecia! :-)

Muito boa fundamentação!

Continuação de um bom trabalho. Beijinhos

O Galaico disse...

Ola Clara.

Pois, se ele tivesse antes demais preocupado com a divisão das regiões Galaicas do que com ambições pessoais talvez o país fosse hoje maior e fizesse mais sentido..

Anónimo disse...

Sabem quando começou a ser Lisboa o centro de poder (se da corte, capital) em detrimento das cidades do norte? Crem que pode ser um feito clave na des-galaizaçom do pais?

Cumprimentos

O Galaico disse...

Caro anónimo.

Lisboa tornou-se capital do reino em 1255 devido à sua localização estratégica e nada mais.

A partir deste momento, as autoridades e a corte Portuguesa instalaram-se nesta parte do novo território e aí desenvolveram as suas actividades.

Obviamente, e porque as relações com a parte Norte da antiga Galiza não tinham acabado da melhor forma, criou-se em lisboa e coimbra uma nova cultura. Uma cultura com várias influencias e que ganhou características próprias.

O Norte do país ficou durante séculos completamente arredado desta nova realidade. Pelo menos quanto Às populações rurais. Isso ainda se nota hoje na fala da gentes dos Norte que utilizam o OM e o B tal como no Galaico antigo.

Apenas com a introdução das escolas e o acesso a todos a estas é que o Norte do País começou a mudar socialmente.

Uma língua criada por decreto (e isso ainda continua através de mórbidas mutilações pró-brasileiro) associada com uma academia Conimbrigense fortemente influenciada por lisboa deu origem a uma perda de identidade das regiões mãe.

Se a capital tivesse ficado no Minho (Braga ou Guimarães) ou eventualmente no Porto, as influências teriam sido contrárias isso é, o sul teria sido Galegizado. Isso faria mais sentido do que ter perdido a identidade...

Portugal é GALEGO mas não tem consciência disso devido a este mesmo factor. A Influência da cultura de fusão da capital por conveniência: LISBOA.

A cultura Galega de Portugal deveria ter tido origem em: BRAGA e PORTO.

Alien8 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lola disse...

Galaico,

Estou inteiramente de acordo contigo.

Se até hoje encontramos marcas nas nossas lendas, na música e nos costumes do nosso Povo.

A Galaecia, nação celta, também nos deixou os genes que carregamos e nos tornam diferentes, fisicamente, dos mouros.

Beijos grandes