sábado, 21 de junho de 2008
O maior dia do ano!
O solstício está a chegar.
Esta época é estranha. As pessoas andam mais felizes na rua. Andam mais e melhor. Os cheiros da primavera madura a dar o seu lugar ao verão são ainda inebriantes nas terras dos nossos dias.
Imagino a intensidade dos perfumes da terra há décadas atrás. Quando haviam flores aos molhes nos valados. Quando cresciam ervas aromáticas nas frinchas das paredes graníticas! E quando as culturas da erva, centeio, milho populavam todos os centímetros dos silenciosos vales misturando-se com os bravos aromas dos pinheiros, carvalhos, oliveiras e arvores de fruto das zonas mais altas...
Quando a água corria pelos regos e riachos verdejantes, alimentando toda a região nestes primeiros dias de calor em que a terra finalmente largava a sua essência, as gentes preparavam a celebração do mais importante dia do ano.
O SOLSTÍCIO DE VERÃO.
Este dia, o maior dia do ano, marcava as populações pré cristãs de uma tal forma que todo o seu calendário era regido por ele. O ciclo da vida começava e acabava nos solstícios de verão e Inverno.
Marcava o inicio e o fim de um ciclo. O princípio e o término das 2 estações.
Aí se realizavam os rituais de transição de meninos para guerreiros e de meninas para sacerdotisas. Aliás, é de estranhar que os maiores santos populares se realizem muito perto do Solsticio de verão... Santo António, João e Pedro não seriam mais uma adaptação religiosa do catolicismo aos eventos pagãos das antigas sociedades?
Quem sabe... Já ninguém sabe nada... O que sei é que amanhã muitas mezinhas e bruxedos vão aparecer junto ás fontes, castros, igrejas, penedos e cruzeiros de todo o meu pais!
O que sei é que às 10 horas da noite ainda é dia. Ainda os melros cantam, passeamos pelos caminhos de terra sem precisar de arreguilar os olhos!
O que sabemos todos é que estes são dias especiais. Não sabemos porquê mas todos adivinhamos algo no coração!
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