
Fascinada pela beleza das suas paisagens, dos seus miradouros, do mar que reluzia e da pureza dos seus ares, a bela cabreira deixou-se ali ficar com o seu rebanho deliciando-se com o ambiente que a rodeava.

Certo dia, enquanto mais uma tarde passava bucólicamente, um cavaleiro oriundo de uma terra próxima e que por ali andava à caça, deu com a linda cabreira Galega. Estes apaixonaram-se imediatamente um pele o outro de modo que nunca mais se largaram. Correram as serras felizes durante muito tempo e até encontraram numa delas um lindo local sítio onde viver.
Porém, um dia, o cavaleiro disse-lhe: Amor, tenho de me ausentar por uns tempos. Sabes que eu sou o Conde de uma vila e tenho afazeres que não podem ser esquecidos.
"Desculpa-me mas tenho de me despedir!
Vou me embora mas sei que hei de voltar
Não chores Amor, quero te ver a Sorrir
Porque só a ti meu coração sabe Amar!"
Vou me embora mas sei que hei de voltar
Não chores Amor, quero te ver a Sorrir
Porque só a ti meu coração sabe Amar!"
Ficou assim, abandonada nos seus lamentos e angústias a formosa Galega. Passaram dias, meses e estações e, prostrada nos miradouros das serras esperava em aflição o dia em que o seu Conde voltasse. Porém, isso não viria a acontecer. Por qualquer razão, o seu amor não voltaria.

Por fim, convencida de que nunca mais viria a sua alma gémea, a bonita moça Galega começou a chorar no cume da montanha. Ali dava asas ao seu desespero e só pensava em poder transformar-se numa ave para poder sobrevoar o mundo e ver onde estava e o que tinha acontecido à sua paixão.
Chorou, chorou e chorou cada vez mais. Vertia tantas lágrimas e, vertias com tanta pureza, que estas começaram a correr pelas falésias, vales e fintando os agrestes montes. Tanta era a sua dor e tão puro o seu amor que as lágrimas começaram e multiplicar-se a a formar um rio que cavalgava em direcção ao local onde estava o Conde.
Ninguém sabe ao certo o que aconteceu ao Conde nem à Cabreira Galega de rara beleza.
O que os antigos sabem e contam é que à serra onde ela verteu a vida nas suas lágrimas, deram lhe o seu nome:
A Serra da Cabreira.
Ao rio de lágrimas, por este ter seguido a pista do amor como a Ave que ela queria ter sido, deram-lhe o nome de:
Rio Ave

E ao local onde as lágrimas mágicas toparam o conde chamaram-lhe:
Vila do Conde.

Hoje, ainda corre o rio. Dizem que é a prova que o Amor verdadeiro é eterno.
Por muitos obstáculos que se colocam à sua frente, o verdadeiro Amor encontra sempre maneira de o ultrapassar.

Assim, é certo que algures, pelo menos no nosso imaginário e no folclore popular, a Cabreira Galega e o Conde vivem juntos. Enquanto que o Ave continuar a fluir e que a lenda perdurar, o Amor deles vingará!
1 comentário:
belas fotos...
Enviar um comentário