Sepultado na verdura de um vale, perdido entre as novas construções, jaz em ruínas um velho e sombrio solar.
Um grande portão de madeira entreaberto, deixa-nos adivinhar a silhueta tosca da ruína, flanqueada pela inconsequente capela sineira.
A grande portada de brasão em granito, sorriu noutros tempos com a passagem dos nobres senhoriais, dos cavaleiros e das bucólicas donzelas.
A antiga casa dos caseiros, os espigueiros e as sequeiras, já são menos que ruína, parecendo que ao supro da nortada se vão desmoronar sem surpresas.
Ao lado, chama a atenção um velho jardim de ciprestes e um poço de água de regadio, abobadado pelos arames e ferros de uma antiga vinha.
Uma parte do casario já desmoronado, espalha para o caminho térreo, lajes, pedras e madeiras onde afloram ervas, fetos e arqueosos silvados.
No cimo da imponente torre quadrada, cresce entre o granito nu, uma pequena floresta de musgos e herbáceas.
Os soalhos podres sem móveis, deixam antever o esqueleto arquitectónico, e as largas traves em carvalho parecem sustentar as paredes do edifício.
No ar, só uma brisa húmida e triste que nos trás o cheiro a cipreste, agoirando o silêncio, desolação e morte do velho solar em ruínas.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
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